terça-feira, 29 de junho de 2010

Batidas na porta da frente


é o tempo

Eu bebo um pouquinho pra ter

argumento

Mas fico sem jeito, calado

ele ri

Ele zomba de quanto eu chorei

porque sabe passar

e eu não sei



Num dia azul de verão sinto vento

há folhas no meu coração é o tempo

recordo um amor que eu perdi

ele ri

Diz que somos iguais

se eu notei

pois não sabe ficar

e eu também não sei



E gira em volta de mim

sussurra que apaga os caminhos

que amores terminam no escuro

sozinhos



Respondo que ele aprisiona,

eu liberto

Que ele adormece as paixões

e eu desperto

E o tempo se vai com inveja

de mim

Me vigia querendo aprender

Como eu morro de amor

pra tentar reviver



No fundo é uma eterna criança

que não soube amadurecer

Eu posso, ele não vai poder

me esquecer

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