quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dos vacilos

E muitas das vezes a gente perde a esperança de que a pessoa acorde e perceba o quanto ela está sendo e foi cruel... 
E de repente tudo fica pesado demais para ser simplesmente apagado, esquecido.

Não estou falando de um dia, uma mancada, de um erro, tô falando de meses e meses de falsidade, de manipulação.

Estou falando da perda, propriamente dita. Da frustração  que fica quando a raiva já não existe, quando você consegue dissociar as coisas ruins que imaginou e ver que  é verdade, de quando você descobre que o ser humano é infalível na arte de superação em despontar o outro.


De quando você é vencida pela certeza de que estava sendo magoada, de quando você olha pra trás e ver que deu amor e recebeu feridas.

De quando você sabe que  foi machucada e nunca machucou.





Miseravelmente triste

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Cuide de quem Corre do seu lado e quem te quer bem, essa é a coisa mais pura



E não importa se é puta, doutor ou maconheiro
Somos todos aprendizes aprendendo o tempo inteiro

***

Os homens podem falar
Mas os anjos podem voar
Quem é de verdade
Sabe quem é de mentira
Não menospreze o dever
Que a consciência te impõe
Não deixe pra depois
Valorize a vida...




Tudo novo dinovo!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina

Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos (dor não é amargura). Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. 
Mulher é desdobrável. 
Eu sou.

Adélia Prado

domingo, 13 de outubro de 2013

Quando sua mãe diz que é gorda


Mas eu estava errada, mãe. Hoje eu entendo o que é crescer em uma sociedade que diz para as mulheres que a beleza delas é o que mais importa, e, ao mesmo tempo, define padrões estéticos absoluta e eternamente fora de alcance. Eu também entendo a dor que é internalizar essas mensagens. Nós acabamos nos tornando nossos próprios carcereiros e nos impomos punições sempre que não conseguimos chegar lá. Ninguém é mais cruel conosco do que nós mesmas.
Mas essa maluquice precisa acabar, mãe.
Quanto mais velhas ficamos, mais pessoas queridas perdemos, doentes ou em acidentes. A perda é sempre trágica, sempre muito precoce. Às vezes eu penso o que essas pessoas não dariam para ter mais tempo num corpo saudável. Um corpo que as permitisse viver um pouco mais. O tamanho das coxas ou os pés de galinha não importariam. Seria vivo, e portanto seria perfeito.
O seu corpo é perfeito.
Ele te permite desarmar todo mundo com seu sorriso, contaminar cada um com sua risada. Te dá seus braços para envolver a Violet e apertá-la até ela gargalhar. Cada momento que gastamos nos preocupando com a nossa forma física é um momento jogado fora, um pedaço precioso de vida que a gente não vai recuperar nunca mais.
...Clique aqui e leia tudo? 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

De quando acaba

E depois de tanto tempo,  eu finalmente consegui me entregar a novas amizades...
 Eu depois de tanto tempo eu  fiquei confortável vendo você na minha frente e você ao meu lado.
E depois de tanto tempo  eu finalmente me senti protegida com aqueles olhares que não eram meus....
Além de me despedir do sentimento, eu tenho que me despedir dos dois  olhares e da torcida das duas.

Não é só dar adeus a alguém. É dar adeus a dois olhares que me fazia tão bem...



Vou morrer de saudade de vocês duas Alê e Catita.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A beleza do que está pra acontecer



E hoje eu acordei com medo, mas não chorei e nem reclamei abrigo...
Do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro.
De repente a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa, morna e ingênua que vai ficando no caminho...


sábado, 5 de outubro de 2013

De mim

Como quando se tira um vestido velho do baú, um vestido que não é para usar, só para olhar. Só para ver como ele era. Depois a gente dobra de novo e guarda mas não se cogita em jogar fora ou dar. Acho que saudade é isso.

[ Lygia Fagundes Telles]