domingo, 22 de dezembro de 2013

2013


O ano em que mais mudei de emprego;
Pensei que não conseguiria mudar mais e, na dúvida, mudei mais um cadinho.
O ano que fui buscar tudo o que queria.
O ano em que recebi, pq as realizações são de quem conquista e não de quem merece.


O ano onde a única opção foi levantar e ir em frente.
O ano onde não me restou muito a opção de argumentar que não tava pronta. O ano do depois a gente vê como se faz, depois eu resolvo. Depois.
O ano de construir o momento pensando no depois, por que isso acalma. Mas, ninguém precisa do depois. O depois nunca vem, é só uma coisa que a gente inventa. A gente vive o agora e só. 

E hoje, quase no fim, nem foi tão difícil assim. 
Seria mais difícil ter ficado parada olhando os outros tomarem a ação no seu lugar. Sim, é isso.
É bem melhor tomar a ação nas suas mãos.
Foi isso o que eu fiz em 2013.

Minha vida já foi mais fácil, sim.
Eu já fui mais calma sim.
Como eu taquei o foda-se em 2013.
Toquei o foda-se com humor, com raiva, com mágoas, mas com carinho.
2013 o ano do foda-se.
E esse foda-se veio da certeza de que porra, eu tô aqui há alguns anos e caralho, é fato de que eu sei o que estou fazendo.
Então eu fui, fui, fui e fui.

2013, pode meter o pé, você me deixou ainda mais insuportável.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Para minha mãe



Desde 2010 eu sei o tanto que uma perda pode doer, provocar contração muscular e náusea.

Sua ausência está nas palavras que menciono desde 2010, muitas vezes ouço os ecos de nossas conversas como um afago em minha alma. E há aqueles momentos em que fecho os olhos e peço a todos os anjos que me traga você pra perto.

"A vida continua" eis uma constatação dura, e a certeza de que há respostas que nunca virão e dores que se misturam com nossa pele.

Já é 15 de dezembro  e ainda acho a sua voz a mais bonita. De todas.

Feliz Aniversário mãe.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O eco para Narciso


Você diz: Tenho dormido muito mal. A pessoa responde: Ah, eu não, eu deito e durmo na hora. Você diz: Vou para Paris. A pessoa diz: Ah, nunca fui para lá.
Ouvir é principalmente uma atividade de troca de foco, projetar o foco na direção do outro e permitir que ele seja iluminado pelo nossa escuta, nosso ouvido deve ser como uma lâmpada, mas temos sido como eco para narciso, repetindo de forma solitária e deturpada falas que permanecem soltas num espaço sem luz.

aqui




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Das necessidades



Quando refletimos sobre a condição humana e reconhecemos que estamos todos "no mesmo barco" perdemos o direito de reivindicar mais para nós!

Pessoas com mais maturidade emocional buscam soluções para suas sensações de carência e desamparo que não onerem seus parentes, parceiros...

Não creio que caiba uma postura pessimista ao perceber que a condição humana envolve dores inevitáveis: elas são um estímulo para a evolução.

Penso que se nos sentíssemos completos e em harmonia não existiria o amor, nossos vínculos seriam precários e estaríamos na idade da pedra.

Ao invés de me lamentar, penso cada vez mais no quão fascinante é a vida: temos enormes desafios e cabe a cada um dar resposta aos dilemas.

Não é bom terceirizar os dilemas existenciais: ou seja, tentar se encostar em alguém para que eles resolvam nossas carências e dificuldades.

Buscar um parceiro para, juntos, lidarmos com os problemas da vida é enriquecedor. Buscar alguém para nos carregar nas costas é imaturidade.

Flávio Gikovate

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Não tem cadeado, no seu pensamento



Se o vento parar e o sol castigar
Num dia ruim, num trânsito sem fim
Se o gás acabar e o sonho ruir
Se o choro chegar e o céu te engolir

Nossa música que lhe faz bem
Você pode descer desse trem
Olhe um pouco pro lado
Não tem cadeado no seu pensamento

Olhe o mundo girando no chão
Olhe a pipa no céu, avião
Olha a sombra da árvore
Se oferecendo pra dar um alento


Se a grana apertar e o prazo vencer
Seu copo tombar, seu time perder
Se alguém se foi, não tente entender
O que se passou segue com você


Nossa música que lhe faz bem
Você pode descer desse trem
Olhe um pouco pro lado
Não tem cadeado, no seu pensamento

Olhe o mundo girando no chão
Olhe a pipa no céu, avião
Olha a sombra da árvore
Se oferecendo pra dar um alento


Tudo se desestrutura pra você se estruturar
Quando a fruta tá madura, ela pode se jogar
Sinta as pernas na cintura, se levante pra andar
E é o chão que te segura, deixa o chão desmoronar


Marcelo Jeneci, em “Alento”.
Compositores: Marcelo Jeneci, Isabel Lenza e Arnaldo Antunes.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Ah! o Alívio...



A força que marca estes próximos seis meses é a do Fogo, Maria, claramente demonstrada pela simbologia do naipe de paus. O seu momento é purificador, regenerador. O transbordar de uma poderosa intuição permitirá compreender quais os caminhos que devem ser trilhados e você desafiará sua própria alma ao trilhar tais roteiros. A emergência de uma carta do naipe de paus revela que algo no mais profundo da sua alma está transbordando, a fim de que você trave contato com os aspectos mais íntimos do seu ser, Maria. Estes próximos meses serão marcados por desafios poderosos que você fará para si e também por percepções mais amplas da realidade ao seu redor. O momento é de tomar iniciativas que permitirão mudar o contexto das coisas que você não aprecia em sua vida.

Cenário: Um navio, que se encontrava parado no meio do mar, pega súbita velocidade.

8 de Paus é a carta do alívio, Maria. Sugere a súbita aceleração dos planos e dos desejos, justamente daqueles que se encontravam parados há um bom tempo. Eis que a vida se descongela e o que estava travado começa a fluir, com leveza e boa velocidade. A energia espiritual travada encontra sua libertação e tudo começa a fazer um sentido que não era possível de ser encontrado antes. Não se preocupe com o que parece “inerte”. Sua vida se porá em notável movimento nos próximos meses!

Síntese do Semestre: Estes próximos meses serão marcados por notícias inesperadas e positivas, Maria. Você terá a clara sensação de que as coisas que andavam travadas em sua existência simplesmente acelerarão a contento. O entusiasmo contagiante causará impacto no meio. Procure elaborar novos projetos para canalizar tanto vigor!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Quando acordo com o pé esquerdo, sou canhota




Não existe dia ruim. Sempre há chance do dia ser feliz. Mesmo que seja tarde. Mesmo que seja de madrugada. Uma gentileza salva o dia. Um bife milanesa salva o dia. Uma gola branca e engomada salva o dia. Uma emoção involuntária salva o dia.


Nunca o dia está inteiramente perdido. Não devemos acreditar que uma tristeza chama a outra, que se algo acontece de errado tudo então vai dar errado. Lei de Murphy não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.


Confio no improviso, na casualidade, no movimento das cortinas na janela.


Até o último minuto antes da meia-noite, você pode resgatar o contentamento. É uma gargalhada do filho diante da papinha, transformando a cadeira num imenso prato. É algum amigo telefonando para confessar saudade. É sua mulher procurando beijar a orelha mandando sinais de seu desejo. É o barulho da chuva na calha, é o estardalhaço do sol na varanda. É encontrar - iniciando na tevê - um filme que adora e já assistiu cinco vezes. É oferecer colo ao seu gato. É planejar uma viagem de férias. É terminar um livro que abandonou pela metade. É ouvir sua coleção de LPs da adolescência. É comprar uma calça jeans em promoção. É adormecer no sofá e receber a coberta silenciosa de sua companhia. É a possibilidade feminina de passar um batom e pintar as unhas. É possibilidade masculina de devolver a bola quando ela sobe a cerca num jogo de crianças


A felicidade é pobre. A felicidade precisa de apenas um abraço bem feito.


Sigo esperançoso. Não coleciono tragédias. Sofro e apago. Sofro e mudo de assunto, abro espaço para palavras novas, para lembranças novas.


Vejo o esforço da abelha tentando sair do vidro, e não sou melhor do que ela. Vejo o esforço da formiga carregando uma casca de laranja, e não sou melhor do que ela. Viver é esforço e nos traz a paz de sonhar – querer não fazer nada é que cansa.


Não existe dia que não ganhe conserto. Não existe dia morto, dia de todo inútil.


Não desista da alegria somente porque ela se atrasou. Pode ter recebido esporro do chefe, ainda assim a hora está aberta. Comer um picolé de limão é capaz de restituir sua infância.


Não encerre o expediente com o escuro do céu. Pode não ter grana para pagar as contas e ter que escolher o que é menos importante para adiar, ainda assim é possível se divertir com o cachorro carregando seu chinelo para o quarto.


Quando acordo com o pé esquerdo, sou canhoto. 

Não existe dia derrotado.

Carpinejando...

Os idiotas e as idiotas, o baile tudo...



Já vi, já conheço. E de tudo ele se intitula dono.

Relacionar os acontecimentos a sua volta com a própria experiência assim de modo tão direto é a nossa forma de diminuir a vida, o mundo. De dar uma dimensão à experiência humana. É a mania referencial dos medíocres: O olhar blasé e a certeza equivocada de que tudo fala sobre ele.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dos vacilos

E muitas das vezes a gente perde a esperança de que a pessoa acorde e perceba o quanto ela está sendo e foi cruel... 
E de repente tudo fica pesado demais para ser simplesmente apagado, esquecido.

Não estou falando de um dia, uma mancada, de um erro, tô falando de meses e meses de falsidade, de manipulação.

Estou falando da perda, propriamente dita. Da frustração  que fica quando a raiva já não existe, quando você consegue dissociar as coisas ruins que imaginou e ver que  é verdade, de quando você descobre que o ser humano é infalível na arte de superação em despontar o outro.


De quando você é vencida pela certeza de que estava sendo magoada, de quando você olha pra trás e ver que deu amor e recebeu feridas.

De quando você sabe que  foi machucada e nunca machucou.





Miseravelmente triste

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Cuide de quem Corre do seu lado e quem te quer bem, essa é a coisa mais pura



E não importa se é puta, doutor ou maconheiro
Somos todos aprendizes aprendendo o tempo inteiro

***

Os homens podem falar
Mas os anjos podem voar
Quem é de verdade
Sabe quem é de mentira
Não menospreze o dever
Que a consciência te impõe
Não deixe pra depois
Valorize a vida...




Tudo novo dinovo!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina

Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos (dor não é amargura). Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. 
Mulher é desdobrável. 
Eu sou.

Adélia Prado

domingo, 13 de outubro de 2013

Quando sua mãe diz que é gorda


Mas eu estava errada, mãe. Hoje eu entendo o que é crescer em uma sociedade que diz para as mulheres que a beleza delas é o que mais importa, e, ao mesmo tempo, define padrões estéticos absoluta e eternamente fora de alcance. Eu também entendo a dor que é internalizar essas mensagens. Nós acabamos nos tornando nossos próprios carcereiros e nos impomos punições sempre que não conseguimos chegar lá. Ninguém é mais cruel conosco do que nós mesmas.
Mas essa maluquice precisa acabar, mãe.
Quanto mais velhas ficamos, mais pessoas queridas perdemos, doentes ou em acidentes. A perda é sempre trágica, sempre muito precoce. Às vezes eu penso o que essas pessoas não dariam para ter mais tempo num corpo saudável. Um corpo que as permitisse viver um pouco mais. O tamanho das coxas ou os pés de galinha não importariam. Seria vivo, e portanto seria perfeito.
O seu corpo é perfeito.
Ele te permite desarmar todo mundo com seu sorriso, contaminar cada um com sua risada. Te dá seus braços para envolver a Violet e apertá-la até ela gargalhar. Cada momento que gastamos nos preocupando com a nossa forma física é um momento jogado fora, um pedaço precioso de vida que a gente não vai recuperar nunca mais.
...Clique aqui e leia tudo? 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

De quando acaba

E depois de tanto tempo,  eu finalmente consegui me entregar a novas amizades...
 Eu depois de tanto tempo eu  fiquei confortável vendo você na minha frente e você ao meu lado.
E depois de tanto tempo  eu finalmente me senti protegida com aqueles olhares que não eram meus....
Além de me despedir do sentimento, eu tenho que me despedir dos dois  olhares e da torcida das duas.

Não é só dar adeus a alguém. É dar adeus a dois olhares que me fazia tão bem...



Vou morrer de saudade de vocês duas Alê e Catita.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A beleza do que está pra acontecer



E hoje eu acordei com medo, mas não chorei e nem reclamei abrigo...
Do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro.
De repente a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa, morna e ingênua que vai ficando no caminho...


sábado, 5 de outubro de 2013

De mim

Como quando se tira um vestido velho do baú, um vestido que não é para usar, só para olhar. Só para ver como ele era. Depois a gente dobra de novo e guarda mas não se cogita em jogar fora ou dar. Acho que saudade é isso.

[ Lygia Fagundes Telles]

domingo, 29 de setembro de 2013

A lealdade é o pensamento da fidelidade. A fidelidade é a ação da lealdade.


Não basta ser fiel, tem que ser leal para dar certo.
A lealdade é tão importante quanto à fidelidade.
A lealdade é o pensamento da fidelidade. A fidelidade é a ação da lealdade.
A lealdade é a amizade do amor. A fidelidade é o respeito do amor.
Há casais que são fieis entre si, mas não são leais, e se distanciam um do outro.
Há casais que nunca se traem, mas tampouco se apresentam: vivem pulando a cerca nos gestos.
Podem, aparentemente, conviver em harmonia, só que não expressam o que sentem, não descrevem suas frustrações, conservam uma fachada até a relação estourar. Cuidam do jardim da residência, descuidam do quintal.
Não cooperam com o entendimento, não são didáticos, colocam a sujeira debaixo da cama, deixam os atritos passar sem mediação.
Parece que estão alinhados, porém apenas não estão conversando.
Não respondem onde andam com a cabeça, o que querem de verdade.
Na separação, descobrirão que não se conhecem, pois jamais descreveram suas emoções mais básicas, sequer revelaram o ciúme e o descontentamento no momento da eclosão.
Lealdade é esclarecer as dificuldades e as rusgas. É uma exposição gradual das diferenças que geram as semelhanças.
Fidelidade é uma vontade do casal diante dos demais, lealdade é mostrar a vontade de cada um no decorrer do tempo.
Fidelidade é cumplicidade, lealdade é intimidade.
Fidelidade é um posicionamento público, lealdade é a vida privada.
Fidelidade é projeção, lealdade reflete aquilo que você é para si. Se contraria seu sonho com o casamento ou o namoro, está sendo desleal, mesmo que seja fiel.
Fidelidade é um passo externo, lealdade é um passo interno.
Fidelidade é honrar o compromisso perante o trabalho e os amigos, lealdade é honrar o compromisso em casa.
Lealdade é expor o que se está pensando, o que se procura, não omitir suas intenções, manter sua companhia atualizada de seus problemas e de suas soluções.
Fidelidade é proteger o relacionamento, lealdade é não esconder o que está acontecendo dentro do relacionamento.
Sem lealdade, o amor cansa, o amor estanca, o amor não cresce.
A deslealdade separa mais do que a infidelidade.

A deslealdade é se trair por dentro.


Carpinejando

domingo, 22 de setembro de 2013

E quando ouvir alguém falar no meu nome,

 Eu te juro que pode acreditar nos rumores.

Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.


Leoni

sábado, 21 de setembro de 2013

Jobs, o filme

Estou aqui para os malucos, para aqueles que não se ajustam, para os rebeldes, criadores de problemas.
Para aqueles que possuem 4 olhos.
Para aqueles que enxergam  as coisas de maneira diferente.
Para aqueles que não seguem regras.
Para aqueles que não respeitam o Status Quo.
Você pode humilhá-los, discordar deles ou tentar atingir seu fogo interior. Mas o que você simplesmente não pode fazer é ignorá-los porque eles mudam as  coisas.
Empurram a raça humana para frente.
Embora alguns possam parecer loucos, eles são os melhores.
Porque as pessoas que são suficientemente loucas para pensar que podem mudar o mundo, são as que os fazem.

Steve Jobs

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Acorda pra Porra da vida Maria



Quero passar uma semana naquela clássica paisagem do Windows,

Quero tudo com chantilly,

Quero o meu amor mais horas comigo;

Queria que meus vizinhos soubessem cozinhar;

Quero que as pessoas se ocupem com a própria vida;

Quero nunca mais passar pelo que passei na quarta a noite;

Mas quero estar preparada e protegida caso venha a acontecer;

Quero voltar a ter tempo para as coisas simples;

Quero ser muito sexy;

Quero convites realmente convidativos;

Quero um gato de 4 patas;

Quero mandar ir tomar no olho do cú;

Quero não mais dominar a arte de constranger pessoas, baixar a bola e chorar com estranhos;

Quero uma religião;

Quero não mais abrir meu coração pra qualquer um;

Quero entender que nem sempre podemos ter o controle sobre os outros e sobre o ambiente;

Quero aceitar que quando estamos diante de uma grande violência, estamos alheio a esse controle.

Quero não me tornar agressiva em função de alguns monstros que estão por aí.

Quero dizer e agradecer por eu ser cercada de pessoas que não desistem de mim;

Quero mais pessoas como o meu marido e minha mentora na minha vida.

Quero dizer que a minha vida é linda e que eu superarei.

Quero que entendam que eu me fechei i que não quero falar sobre isso.

Quero agradecer e talvez numa outra vida entender a ligação do meu pai comigo. Bem na hora, bem no lance. Não  nos falamos todos os dias . Não gostamos de telefones, mais ele me ligou, perguntando o que estava acontecendo comigo. Quanta sincronicidade. Amor. 

Quero dizer que estou com saudade da Catita e da Alê... Selminha, das gurias tudo.Monstruosa a saudade. 

Quero viver melhor, ser mais feliz, escrever coisas menos tristes e andar mais por aí;

Quero a cia dos mais queridos, quero estar mais presente, porque acho que entendo que foi por isso que tudo aquilo aconteceu.

Acorda pra porra da  vida Maria.







terça-feira, 10 de setembro de 2013

Escrita

Ela escreve coisas bonitas, só que tristes.
Quando há dentro dela, muita coisa feia.

Minha coleção



Coleções, inúmeras pessoas, esperas a realizar, um monte de coisinhas atormentando minha mente.
Você não é uma delas. E eu preciso. Uma companhia, é claramente um refúgio no meio de tanto caos.
Alguém leve no meio da minha coleção de pesos.

domingo, 25 de agosto de 2013

Infiéis



Nossa vida está perdendo consistência. Espessura. Segurança. Estamos mais sujeitos a mudar do que a insistir.

Estamos mais sujeitos a nos separar do que a permanecer casados.

Estamos mais sujeitos a ir embora do que a voltar para casa.

O mundo está tomado de mutantes, zeligs, camaleões, transformers.

Se algo incomoda, se algo atrapalha, o botão Desapego é rapidamente acionado.

Como não pretendemos sofrer, caminhamos para a total insensibilidade. Deixa-se o começo por outro começo. Não há mais meio ou fim, o que vigora é a desistência.

Substituímos a responsabilidade pela ideia de liberdade.

Experimentar é a lei – fazer patrimônio e futuro não tem sentido.

Anteriormente, nos dedicávamos à família. Agora, nossa obsessão é o prazer pessoal. Danem-se as complicações.

A aparente leveza se assemelha a desenraizamento.

Buscamos chegar logo, não olhar a paisagem. A velocidade é o que nos provoca. Buscamos desembarcar logo num novo destino, não nos vale a estrada. A viagem deve ser curta e indolor, jamais reflexiva e longa.

Não estou sendo dramático. Na infância, tínhamos três canais de tevê. Hoje, são mais de 300. A variedade nos conduz a não nos fixarmos em nada durante grande tempo.

Ter um romance longo é quase uma insanidade, assim como ler um livro de 400 páginas ou assistir a um filme de três horas.

Não oferecemos chance para permanência, para a rotina, para a confirmação das expectativas.

Não toleramos o desgaste, o tentar o possível antes de se despedir. Sacrifício e renúncia são expressões banidas do vocabulário, significam burrice. “Perder tempo com alguém, com tanta gente interessante por aí?” é o que nos dizem.

O oi já é um convite, o tchau já é um adeus, não existe relacionamento seguro e firme que suporte a tempestade de contradições.

São muitos apelos para biografias imaginárias. São muitas opções de ser diferente, que nem descobrimos quem somos.

É sempre alguém nos chamando no Facebook ou nas redes sociais com uma história incrível, extraordinária, afrodisíaca, que é um crime não provar.

É sempre alguém oferecendo conselhos, dicas, sugestões.

Repare. O mundo virou sábio de repente: todos têm soluções, ninguém mais convive com seus problemas.

Não me refiro à infidelidade amorosa, mas ao quanto somos infiéis com o nosso passado.

Não é trocar de parceiro ou parceira, mas trocar de tudo: largar emprego, cidade, amigos, esportes, manias.

Troca-se de mentalidade mais do que de opinião.

E é tão fácil descartar, difícil é refinar a própria vida.

Mas se você concluiu a leitura desta crônica, ainda há esperança.

Esperança de não virar a página por um momento.

Carpinejando...

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Só por hoje


Não tenho o que dizer e não quero dizer nada. Fartar-se de outras especulações e querer assimilar é ver a água girar ao contrário. Estamos só e nem temos um lugar no mundo. E nesse mundo somos só uma margem. E é bacana ser margem e ser ninguém. Por hoje eu agradeço que ninguém me entende e nem quer entender.

domingo, 18 de agosto de 2013

Eu sinto a sua falta

A mesma cena de choro vem repetindo-se ...Então eu sigo sangrando. Você teria me ajudado como sempre fez. 
Não fosse o infeliz detalhe de que meu choro era inteiro por saudade de você. 
As pessoas doem e você também pode doer se não souber sangrar de vez em quando. Como Clarice, como Kafka, como Einstein ou Rimbaud...

quinta-feira, 25 de julho de 2013



[...] Um amor conquistado parece muito menos atraente, emocionante ou interessante. Às vezes não acreditamos e rejeitamos por antecipação aquele que julgamos vai se desiludir de nós. Uma posição de prestígio, atingida por méritos, pode ser mal utilizada ou mesmo recusada, porque imaginamos que aquele lugar idealizado só poderia ser ocupado por alguém melhor do que nós. Levante a mão aquele que não se julgar uma fraude. Algo adquirido com esforço parece menor do que no catálogo. Uma viagem muito planejada sempre tem aquele momento “o que estou fazendo aqui”. Enfim, é mais fácil lidar com o fracasso do que com o sucesso, pois, pelo jeito, a melhor parte é continuar querendo. A satisfação de um desejo nos obriga a renegociar nossos objetivos e auto-imagem. Sentir-se incompleto e desvalido é reconfortante, podemos imaginar um mundo idealizado dos ricos e famosos, colocá-los no altar de nossos ideais e ficar cultuando, rezando lamúrias.




Diana Corso

domingo, 21 de julho de 2013

Cuide-se como se você fosse de ouro, ponha-se você mesmo de vez em quando numa redoma e poupe-se
Clarice Lispector

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Mudinha

Eu tenho tanta, tanta, tanta coisa p escrever, mas, vou escrever nada não.
É preciso se calar.

Exercício do semestre.

domingo, 23 de junho de 2013

Meu protesto silencioso


Não sinto vontade de escrever, entupida de angústias é assim que me encontro, vendo o meu Rio de Janeiro que eu amo tanto apanhar quase todos os dias e dói em mim.
Dói em mim.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

É só um conto e os melhores, são os mais doloridos.



Muitas vezes quero dizer muitas coisas, um monte delas, mas meus sentimentos não duram até o fim das linhas. Cansaço, a gente cansa e aos poucos vamos saindo do mergulho no passeio  suicida em que achamos que dizemos  alguma coisa que façam os sentimentos alheios se curarem, se renovarem.
É tão fácil pegar as  sinceridades dos outros e deixá-las escorrer ralo abaixo. Pra alguns seres humanos isso é tão fácil...

Você nunca acreditou em mim. Nem quando minhas verdades saíam pelos olhos, escorriam pelo meu rosto e molhavam minhas roupas; nem quando a verdade arrancada de mim me fazia sangrar a noite inteira, nem quando eu sofria feito o diabo por cada vez que te fiz amargar o meu nome... Nem assim, nem com tudo, nem quando não tínhamos nada... Nem assim.
Já entrei nesse círculo de automutilação de sentimentos; não sei por que, cria-se ódio pelo  amor. Foi assim com você, lembra? - duas pessoas se detestando tanto justamente porque se gostavam em excesso. Esse sempre foi o pecado pelo qual nós nunca nos perdoamos...

Certa vez você me disse que algumas relações que temos não se repetem na vida. Não, não se repetem mesmo, e eu venho aprendendo isso a cada dia decepção, a cada golpe no estômago, a cada encontro com uma alma vazia. Ou você acha que vai encontrar em outra, o que encontrou em mim? 

Eu aqui, do outro lado, a quilômetros de distância, em um número desconhecido, em um endereço que você nunca saberá... Eu não procuro. Cada vez que sinto sua falta  choro como se tivesse acabado de te perder. Porque acabei: te perco todos os dias para a vida, para outra, para o passado, para o esquecimento. 
Te perco todos os dias dentro de mim e dói.  Ainda.

Queria muito, queria sempre poder te ligar quando nada dá certo e soltar o meu coração nas suas mãos – você sempre o segurou com mais firmeza que qualquer outro e o apertava até eu entender que sempre poderia doer mais quando já doía muito. 

A gente também cansa de ser fria e durona o tempo todo e é nessas horas que eu venho aqui, com o orgulho aos meus pés, te dizer que sinto  a sua falta – das nossas conversas à calçada, da sua inclinação de fazer piadas impróprias, do seu jeito torto como o meu em demonstrar afeto.
Vez ou outra eu pego uma página em branco como essa era, olho para ela e penso em por pra fora tudo aquilo que eu jamais fui capaz de lhe dizer – e nunca serei, pelo visto. 
Eis aqui a verdade: nós estamos mesmo destinados a uma dessas histórias que acabam no meio – porque terminaríamos com um fim, se nunca tivemos um começo? 

É, amigo. Nós estamos mesmos direcionados a.

Sempre acaba com um de nós fugindo... Mas e dessa vez, quem foi?



-- 

Porque o drama me define.



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Depois dos 35 anos, só a felicidade rejuvenesce

A cantora e ex-primeira dama da França, Carla Bruni, falou em entrevista  algo que acredito muito.

Que depois dos 35 anos, a beleza é resultado da simpatia, da elegância, do pensamento, não mais do corpo e dos traços físicos.

A beleza se torna um estado de espírito, um brilho nos olhos, o temperamento.

A sensualidade vai decorrer mais da sensibilidade do que da aparência.

Uma mulher chata pode ser bonita antes dos 35 anos.

Uma mulher burra pode ser bonita antes dos 35 anos.

Uma mulher egoísta pode ser bonita antes dos 35 anos. 

Uma mulher deprimida pode ser bonita antes dos 35 anos. 

Uma mulher desagradável pode ser bonita antes dos 35 anos.

Uma mulher oportunista pode ser bonita antes dos 35 anos.   

Uma mulher covarde pode ser bonita antes dos 35.

Depois, não mais, depois acabou a facilidade. Depois o que ilumina a pele é se ela é amada ou não, se ela ama ou não, se ela é educada ou não, se ela sabe falar ou não. 

Depois dos 35 anos, a beleza vem do caráter. Do jeito como os problemas são enfrentados, da alegria de acordar e da leveza ao dormir. 

Depois dos 35 anos, o sexo é o botox que funciona, a amizade é o creme que tira as rugas, o afeto é o protetor solar que protege o rosto. 

A beleza passa a ser linguagem, bom humor. A beleza passa a ser inteligência, gentileza. 

Depois dos 35 anos, só a felicidade rejuvenesce. 

-- 


sábado, 1 de junho de 2013

Membros invisíveis podem fraturar em tantos pedaços quanto uma perna ou um braço. E doer muito mais.

Vivi uma vida quase inteira com a minha mãe uma hora muito triste ou extremamente feliz...

E demorei a perceber que existe gente, que não consegue dar sentido, ou acha que os farelos de sentido que consegue escavar das pedras são insuficientes para justificar uma vida humana, e quebra. Quebra por inteiro. Estes você precisa respeitar, porque sofrem de delicadeza. E existe gente,  que só é capaz de dar um sentido bem pequenino, um sentido de papel, que pode ser derrubado mesmo com uma brisa. E essa brisa, não pode ser soprada pela sua boca. Ser forte,  não é quebrar os outros, mas saber-se quebrado. É ser capaz de cuidar de seus barcos de papel – e também dos barcos dos outros – não como uma criança que os imagina poderosos, de aço. Mas sabendo que são de papel e que podem afundar de repente.

Como já disse a Eliane...

Independente do seu humor, ela ainda é a melhor mãe que eu poderia ter. A que eu teria escolhido todos os dias novamente se tivesse essa necessidade.



domingo, 26 de maio de 2013

Hoje é o meu aniversário





Já sujei a roupa por causa de menstruação.
Já disse NÃO por puro orgulho, e SIM por carência.
Já tive pessoas falsas.
Já cantei quando devia gemer.
Já agradeci aos céus por decepções amorosas porque sabia que ia emagrecer.
Já tive queimaduras por causa do sol, e desisti dele.
Já disse que odiava quem amava.
Quero engravidar, mas nãos sei se quero ser mãe.
Já disse que Deus não existia...
Já tive provas de que Ele existe...
Já me achei menor do que muita gente, já me achei mais especial do que outras também.
Aprendi a algum tempo que diferenças apenas acrescentam.
Sinto a energia das pessoas e é isso que determina se meu coração conseguirá amá-las ou não.
Amo muita gente com quem tenho pouco contato. E não tenho carinho algum por algumas com quem convivo quase todos os dias. 
Reclamo, reclamo, mas sei que não sou vítima de nada. A reclamação é só birra de menina dramática... Passa em minutos.
Gosto menos de mim cada vez que jogo lixo na rua ou deixo a raiva e o medo me dominarem.
Todos os dias tento controlar meus instintos e adoro quando consigo.
Não acredito que não precisamos de ninguém para ser feliz. Nascemos para viver em sociedade e são estas relações que nos moldam.
E não há um dia sequer que não agradeça ao universo por viver.
Choro sozinha, choro no ônibus, no mercado e no trabalho.
Sinto saudade  ouvindo música.
Aprendo a gostar de músicas por carinho à algumas pessoas.
Comi muita pasta de dente quando era criança.
Tenho  cólicas terríveis todo mês.
Já tive tres grande amores.
Acredito nos meus sonhos, mas tenho sonhos simples.
Não gosto de dirigir.
Quero casar no campo.
Gosto de gente, de sentir, de viver com pessoas, de acrescentar e ser acrescentada por elas.
Observo pessoas para me servirem como exemplo daquilo que quero e do que não quero.
Não tenho todas as respostas, e sei que no dia que tiver estarei morta.
Não tenho mais medo da morte. 2010 levou o meu maior amor...e me tornou uma pessoa melhor ...minha mãe me deu lições até quando se foi...
Acho lindo gente que sabe viver.
Acho mais lindo ainda gente que morre com dignidade.
Me entreguei sem raciocinar, já fui sacaneada.
Já peguei carona com estranhos.
Já corri muitos riscos, mas não tive medo.
Já fiz testes de gravidez, já tomei pílula do dia seguinte.
Não consigo guardar raiva de nada nem de ninguém, mas aprendi a me distanciar.
Qualquer prazer me diverte.
Qualquer sorriso barato me desmonta.
Qualquer pedido de desculpas me leva de volta.
Cafuné me dá sono.
Não sinto cócegas nos pés.
Adoro  água fria.
Adoro me despentear.
Ando largada. Amo dançar.
Gosto de homens inteligentes . (É fato).
Já briguei horrores com meus pais.
Apago sempre todas as chamadas dos meus celulares,todos os e-mails , todos os torpedos, gosto do clean, do limpo...
Acho que honestidade é obrigação e não virtude.
Não consigo ser má
Sinto culpa.
Tenho um sexto sentido e uma intuição de dar medo em muita gente.
Desde o colégio escrevo cartas de amor para minhas amigas darem aos namorados.
Já chorei tanto em alguns lugares ao ponto das minhas companhias sentirem vergonha.
Já paguei muitos micos. Julguei, fui julgada.
Já mandei ir tomar no OLHO DO CÚ e não me arrependo.
Tenho umas fantasias sexuais mega putanas... Conheço meu corpo extremamente bem.
Meu grande sonho é ser escritora na Toscana, morar no México, na Itália...
Já fumei maconha e tive porres estratosféricos.
Já fui muito mal falada. E nunca discuti com ninguém por isso.
Toda vez que me estressava demais cortava o cabelo.
Nunca deixei de ter uma suposta ótima noite porque estava com uma lingerie terrível. Já me preparei toda e nada aconteceu.
Já amei demais...
Já fui amada demais. 
Amo demais e sou amada demais.
Minha relíquia é a minha família.
Não dependo de laços de sangue para amar.
Não acredito em gente 100% legal, nem 100% nada.
Sorrio para mim mesma quando me olho no espelho. I touch myself.
Tenho uma gargalhada retardada.
Me amar foi uma das minhas grandes conquistas.
Gosto de selvageria e força, quem gosta de delicadeza é Sandy.
Falo pouco...
Amo salmão, mas detesto pentear o cabelo.
Acho que depilação é a dor da morte.
Quero uma rotina careta.

Acho "Eu te amo" a coisa mais preciosa para se dizer para alguém.


Tento, todos os dias, não fazer com outros (Nem comigo mesma) o que não quero ver acontecer.


Tem dado  certo...



E a minha parte no contrato, eu cumpro.

sábado, 18 de maio de 2013

Ter bondade é ter coragem.



Hoje o dia grita o aniversário exato de quando você se foi,
Amanhã haverá um outro grito de quem eu nem deixei vir.


Minha tristeza é tão exata e hoje o dia nem é bonito...
Quem tem a cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda nem vivi?

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Um jogo de culpa que faz tanto mal

São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...

Só sinto no ar o momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais
Pra engolir...      

A palavra respeito vem do latim respicere que significa olhar para trás.
Isso evoca a ideia de julgar alguma coisa em relação ao que foi feito quando é valoroso ser reconhecido.

Amar alguém é viver o exercício de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito.
Padre Fábio de Melo--

terça-feira, 30 de abril de 2013

É o que todos deveriam pensar antes de sofrer

Se quiser me ofender, terá trabalho.
Não facilito a vida do agressor.
Ele vai suar frio, passar sufoco, esclarecer questões, explicar posicionamentos.
Não sairei de cena chorando logo que ganhar um desaforo. Não aceitarei o figurino de vítima. Não me farei de coitadinho. Não me trancarei no quarto. Não evitarei o convívio.
Sou muito escolado em bullying para acolher rapidamente desaforo. 
Só eu mesmo posso me ofender e me perdoar – mais ninguém.
É o que todos deveriam pensar antes de sofrer.
O debochado não tem repertório. Ele guarda uma ou duas tiradas engraçadas que podem ser rebatidas com a autocrítica e inteligência.
Não se veja derrotado no início do jogo, não se enxergue constrangido por antecedência.

Carpinejando
O agressor não programa a tréplica por falta de destreza gerada pelo medo de ser agredido. Um ego que se preze tem que se deixar agredir, ou caso contrário não se cresce um Carpinejar.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Não use o que eu disse contra mim



Cada dia mais me deparo com o egoísmo.

Essas pessoas que qualquer crítica feita, retorna com uma série de desculpas e retaliações infantil, é uma total incapacidade de refletir se existe um fundo de razão para tantas reclamações.

Pra mim, uma análise honesta dos nossos comportamentos e atitudes podem melhorar os relacionamentos.

E o preconceito também não entendo. Esses seres que acreditam serem melhores que os outros , mesmo sendo possível argumentar que inteligência é um conceito subjetivo e abstrato demais para serem medidos de forma satisfatória.
Estou sendo imparcial, e claramente existe uma carga altamente  emocional negativa na minha relação com o que estou descrevendo. 
Tento não ser babaca. Todos os dias, porque todos não tentam?

Sei que eu sou difícil, e que posso ser acusado de muitas erros também, mas estou cansada e receio que as coisas podem mudar pra pior, se eu não tomar muito cuidado.

Exaustivamente,


domingo, 28 de abril de 2013

Lealdades forjadas em apreensão e desconfiança são extremamente tênues

Não aceito criar alianças indesejadas em função de alguma adversidade. Acho que não sei ser oportunista, essa palavra soa de uma forma feia, eu sei, mas é bem isso, não sei aproveitar determinadas situações, ou talvez nenhuma situação me faça criar laços com seres indesejados. Porque pra mim, acordos dessa natureza não criam uma igualdade de poder. Sou boba, a pessoa é esperta, sou espontânea, ela toda trabalhada nas artimanhas. Daria muito trabalho ficar racionalizando o tempo todo. Lealdades forjadas em apreensão e desconfiança são extremamente tênues.

Seria facilmente quebrada quando baterem de frente com a implacável luz da verdade.

Mesmo que na mais absoluta escuridão de nossas horas mais desesperadas, essa alternativa surja como uma espécie de força para fazermos o que sabemos que deve ser feito. Não, nananinanão. Evito.
Seria contraproducente alimentar meu coração de conflito, de dúvida e confusão.
Eu questiono as minhas escolhas, todos os dias. Eu não absorvo táticas e dicas alheias.
Se no momento em que meu olhar enxergar somente escuridão, escolhos os verdadeiros, apelo para minha razão e luto para que a minha determinação me puxem de volta.
Inúmeras vezes não sei onde estou indo, porém em 100 % das vezes, sei onde não quero ir.
Passo.


Se  os pouquíssimos queridos não quiserem ir, eu vou só. Eu vou só...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Gosto de ser abstrata


A ternura é o medo que nos inspira a idade adulta;
A vertigem é a embriaguez causada pela nossa própria fraqueza;
O poeta é um rapaz que sua mãe leva a exibir-se diante do mundo no qual ele não é capaz de entrar. 

Milan Kundera

Acho lindo quando alguém responde um questionamento com a resposta: É quando...
Sem ser literal, sendo somente abstrata e tão profunda.

E é isso que me fode...

Não nos devemos apegar assim tão fortemente às nossas tendências e temperamento. O nosso talento principal é sabermos aplicar-nos a práticas diversas. O estar vinculado, e necessariamente obrigado, a um único estilo de vida não é viver, é ser. 
As almas mais belas são as que têm mais variedade e flexibilidade. 
Montaigne, tradução de Rui Bertand Romão

terça-feira, 23 de abril de 2013

Revenge

A verdade é um duelo de percepções, as pessoas só enxergam o que podem enfrentar.
Não importa o que você ver, mas sim o que você enxerga...
Quando diferentes percepções duelam entre si, a verdade tem um jeito de se perder.
E os monstros encontram um jeito de sair.

domingo, 21 de abril de 2013

Dos jobs

O Vitor quer pegar o meu celular das mãos do Igor, porque os ovos do Dragão, já chocaram.
O Igor, precisa do meu telefone, porque no MineCraft ele precisa entrar em casa, pois os monstros nascem exatamente a noite.

Ah Steve, eu não gosto mais tanto assim de você.

sábado, 20 de abril de 2013

Vanessa, vc é foda!


Temos vivido um tempo em que todo mundo é tão extremista com relação às coisas que acredita que o convívio social presencial ou pela internet está ficando impossível.
Eu nunca dei muita bola pra feminismo. Cresci numa casa onde cada um lavava sua roupa, o pai sabe cozinhar, a mãe sabe arrumar chuveiro, todo mundo faz um pouquinho aqui, um pouquinho ali e todo mundo faz parte das tarefas de manter a casa funcionando.


Nunca fui proibida de vestir cor nenhuma, de ter cabelo de qualquer tamanho, de brincar de carrinho, de ter bicicleta azul, de ter um GI Joe, uma Barbie, vídeo game, mini game, brinquedos de cozinhar, kit de chave de fenda, esquadros, bola, cabaninha da Branca de Neve, ursinho, skate. Tenho um irmão que pediu uma blusa cor de rosa pra minha mãe e ela costurou do jeito que ele queria. E ele podia usar na rua e na escola. E nunca se importou com a opinião dos amiguinhos. Também teve cabelo comprido, tingido, pintou o olho de lápis preto por anos, lava as próprias roupas e sabe cozinhar. Tão entendendo o processo? Eu cresci numa casa em que as pessoas são respeitadas nas suas vontades e iguais nas obrigações.


Ninguém nunca diz “pai, tem que trocar o gás”. As meninas vão lá e trocam. Ninguém diz “mãe, tem que lavar a louça”. Os meninos vão lá e lavam. Todo mundo na minha família sabe onde fica o sabão e o martelo.


Mas a gente não vive na bolha do lar e um dia eu estava entre pessoas que eu considerava modernas. Até que alguém veio me tirar do repouso de uma doença séria - que vou omitir pra preservar minha paz e ninguém se reconhecer - pra reclamar que eu estava deitada enquanto um homem lavava a louça e todo mundo sabia que era uma HUMILHAÇÃO um homem ter que se sujeitar a isso.


Cê jura?


Nesse mesmo ano, pela primeira vez na vida, eu comprei roupas pra mim. Até ali minha mãe comprava roupas e a gente ia usando, todas as meninas juntas. Sei lá se era preguiça, pobreza, falta de senso fashion. O caso é que ela comprava as roupas todas e a gente usava (eu, ela, minha irmã) sem muito critério. Foi quando eu ganhei a incrível fortuna de 300 dinheiros pra gastar como quisesse, desde que fosse em roupas e foi a primeira vez que eu pude pensar a respeito do que gostaria de usar.


Cresci esquelética. Nunca tive orgulho disso, era apenas o formato do meu corpo. E minha mãe, que também tinha crescido magricela, sempre teve vergonha das pernas finas, dos ossos salientes. De modo que sempre comprou roupas largas. Então, minha primeira compra continha apenas vestimentas justíssimas. Calça jeans grudada na pele. Camisetas infantis, pra ficarem completamente coladas. Blusas daquele tricô tão bizarro que ela parece 8 números menor que o seu quando você não está dentro dela. Eu não queria mostrar o corpo, queria só usar roupas do meu tamanho, pra variar.


E foi a primeira vez que eu me dei conta de como mulher é um tipo imbecil de ser humano, quando uma coleguinha da minha sala na faculdade veio me avisar que não era de bom tom sair de casa com uma camiseta que não cobrisse o bumbum. E o pior: eu acreditei. Tinha acabado de mudar de cidade, de estado, de nível escolar. Vai que eu passei tempo demais no interior e perdi a noção, né? Fui lá de novo comprar um lote de blusas com 4 vezes o meu tamanho, só pra que cobrissem meu derriére e ninguém fosse agredido pela visão do meu bumbum seco.


Depois foi com decote, maquiagem, esmalte, cabelo. Era o tempo todo censura pela aparência. Se falasse com os meninos, censura no comportamento. Se fosse na festa de fulano, se olhasse, se pensasse, se respirasse. Todo mundo julgando você o tempo todo.


E foi só aí, atravessando a barreira dos 20 anos, que o feminismo bateu à minha porta. E eu resisti, porque eu sempre tive essa noção radical que um gênero não precisa de vantagem em relação ao outro. Mas aos 30 eu percebi que acreditar que todo mundo é igual estava muito errado e eu entendi que não, eu não sou feminista, nem machista, só um tanto egoísta. Eu não acredito em direitos iguais, eu não acredito em superioridade. Eu acredito em necessidades especiais. Eu acredito em direitos especiais.


Vou explicar.


Eu não acho que eu sou MAIS que um homem apenas por ele ter nascido homem. Obviamente não acho um que um homem seja mais que eu em nenhuma situação. Mas eu também não sou IGUAL a um homem.


Eu não sou igual a um homem quando eu saio da barriga da minha mãe e imediatamente todo mundo acha que devo vestir rosa, mas se um bebê menino se aproxima dessa cor, um pai morre de ataque cardíaco fulminante.


Eu não sou igual a um homem quando eu entro numa loja de brinquedo e peço um soldado em vez de uma boneca e uma vendedora muito fofa me diz que a seção de meninas é ali ó. E um homem não é igual a mim se cai na desgraça de desejar uma boneca.


Eu não sou igual a um homem quando fico menstruada pela primeira vez na escola, no meio da aula e o professor de história não sabe como lidar e a diretora me repreende por ter falado a respeito no meio da sala, com um homem, na frente dos meninos. Como se o que aconteceu comigo não fosse obra da natureza, que acontece com metade da população e independente da minha vontade.


Eu não sou igual a um homem quando fico menstruada todos os meses na escola e tenho que fazer as aulas de educação física com as primeiras cólicas da minha vida, que nem eu mesma consigo entender como funcionam, sob o sol, porque o homem que me dá as aulas diz que menstruação não é desculpa.


Eu não sou igual a um homem quando tenho que passar uma semana inteira fora da piscina e usando roupas escuras no verão, porque ninguém me explica muito bem como passar aqueles dias e a sociedade não aceita saber que me encontro nessas condições.


Eu não sou igual a um homem quando começo a sair à noite e tenho que ouvir meus pais dizendo pra jamais deixar meu copo sozinho, que não posso beber demais, que não posso sair com aquela saia de jeito nenhum, que tenho fechar o decote, que tenho que me dar ao respeito, senão os meninos vão saber que eu não valho nada e terão automaticamente direito sobre meu corpo.


Eu não sou igual a um homem quando resolvo que vou sair de saia se eu quiser e vou rir se eu quiser e vou falar com quem eu quiser e um deles acha que isso significa que eu estava me oferecendo a noite toda e pode praticamente arrancar meu lábio ao forçar me beijar. E se revolta quando leva uma bofetada no meio da cara como resposta, porque eu.estava.pedindo.


Eu não sou igual a um homem quando não posso voltar desacompanhada pra casa à noite, porque alguém pode querer me machucar apenas por ser naturalmente mais forte do que eu.


Eu não sou igual a um homem quando gosto de futebol e de outros esportes, porque isso me masculiniza e nenhum menino vai querer uma menina assim tão desleixada e com as canelas roxas.


Eu não sou igual a um homem quando cada vez que eu me relaciono com alguém do sexo oposto, eu sou automaticamente a pessoa que está se insinuando. Se o homem for comprometido, eu sou automaticamente a destruidora de lares.


Eu não sou igual a um homem quando chego aos 25 anos sem um relacionamento significativo com uma pessoa do sexo oposto. Eu não sou igual a um homem quando a sociedade me expulsa repetidamente de grupos sociais em que todos acabam comprometidos depois de um tempo, porque tem alguma coisa errada com uma mulher sem homem. Sem alguém pra proteger, cuidar dos interesses sociais e das rédeas da vida em geral.


Eu não sou igual a um homem quando escolho estudar um curso tipicamente masculino e tanto colegas como professores me perguntam se minha intenção é arrumar um marido e se tenho alguma ideia de como usar uma calculadora científica com 50 botões.


Eu não sou igual a um homem quando escolho uma profissão tipicamente masculina e ninguém respeita minha autoridade pela única razão: ter nascido menina.


Eu não sou igual a um homem 3 semanas no mês, quando meus hormônios tomam o melhor de mim e eu tenho que controlar cada reação. Eu não sou igual a um homem quando meu corpo dói sem que eu tenha feito nada pra que isso acontecesse. Quando não posso controlar meu humor. Quando sinto dores que um homem JAMAIS vai experimentar e não tenho o direito nem mesmo de fechar a cara, de respirar mais fundo e até mesmo de chorar, por que não? Eu não sou igual nem mesmo às mulheres nesse momento, porque algumas iluminadas nasceram mais aptas para a sociedade e não sofrem com a mesma intensidade e acham que podem julgar a minha experiência pela delas.


Eu não sou igual a um homem se decido que meu corpo é meu e eu faço dele o que eu quiser. Inclusive expondo a maior extensão possível da minha pele, se me der vontade. E isso não quer dizer que eu esteja me exibindo ou pedindo ou querendo nada.


Eu não sou igual a um homem se decido que não quero procriar. Eu obviamente não brado contra os homens nem acho que gravidez seja violência ou qualquer outra dessas ideias perturbadas. Eu só acho que não quero a experiência nem a responsabilidade. Se um homem decide que não quer ter filhos, é só a opinião dele, uma escolha dele e mulher nenhuma vai deixar de se juntar a ele emocionalmente por causa disso. Se uma mulher decide que não quer ter filhos, ela é louca, frustrada, rebaixada, incompleta, invejosa. E nunca, NUNCA a sociedade entende um homem que se junta a esse ser mitológico incompreensível. Essa mulher que vai contra a natureza.


Eu não sou igual a um homem se decido que não quero me casar, que não quero dividir uma casa, um quarto, uma cama, um cobertor, uma conta bancária. A sociedade duvida da minha sexualidade – que a propósito, não é da conta de ninguém – e da minha sanidade mental se eu me recuso a me ligar a alguém de forma tão profunda apenas porque.eu.não.quero. Um homem que passa a vida sozinho é um solteirão independente desejado. A mulher que passa a vida sozinha é uma coitada que ficou pra titia.


Eu não sou igual a um homem quando eu engravido contra a minha vontade. [Um parêntese aqui: eu sou moralmente e pessoalmente contra o aborto. Mas essa sou eu, sobre a minha vida, a única em que eu posso opinar. Socialmente, eu acho que todo mundo tem que ter direito de fazer o que achar melhor.] E eu sinceramente acho que um homem que não esteja envolvido genética e diretamente no processo de fabricar a criança em questão, não tem direito de opinar no rumo da gravidez.


Eu não sou igual a um homem se eu divido uma casa. Ainda que o homem não esteja romanticamente envolvido comigo, se eu e um homem moramos no mesmo lugar, a obrigação de limpar, cozinhar, arrumar, é socialmente minha. E eu, enquanto viver, jamais lavarei as roupas de outra pessoa que não sejam as minhas. Limparei a bagunça de uma pessoa que não for eu. Cozinharei qualquer coisa que eu não esteja interessada em comer fora da hora que me interesse comer.


Eu não sou igual a um homem se eu tenho filhos. Desconsiderando o fato de que biologicamente eu sou a única que pode alimentar a criança pelos primeiros 6 meses, todo o resto também será minha responsabilidade. As fraldas, a alimentação, as broncas, as roupas, a higiene, o colo. Se meu filho fica doente, sou eu e não o homem que pede pra sair do trabalho pra levá-lo ao médico. Se a nota é baixa, sou eu e não o homem que recebe a ligação da escola. Se a roupa está amarrotada, sou eu e não o homem que leva a fama pelo desleixo. Eu não sou igual ao homem quando preciso faltar ao trabalho por 3 dias porque meu filho não melhora. Sou eu o alvo das fofocas de escritório sobre a falta de comprometimento com o trabalho. Sou eu que tenho apenas 4 ou 6 meses de licença maternidade, mas sou cobrada constantemente pela atenção que deixo de dar à criança, que ouço palpites sobre alimentação, educação e todas as outras tarefas que não tenho a quem delegar.


Eu não sou igual ao homem quando cresço aprendendo que não posso andar por ruas escuras, que não posso andar sozinha à noite, que não posso andar por ruas desertas em nenhum horário do dia, que não posso demorar pra travar a porta do meu carro depois de entrar nele, que não posso usar roupas curtas e justas se for usar o transporte público, quando a sociedade passa minha vida me ensinando que não devo ser estuprada, em vez de ensinar aos homens que eles não devem estuprar.


Eu não sou igual ao homem quando qualquer coisa sobre meu comportamento pode me classificar como santinha ou como safada, como puritana ou vagabunda, como pra casar ou pra comer.


Eu não sou igual ao homem quando as outras meninas todas também estão me julgando pelo que não querem ser julgadas, pelas minhas roupas, pelo comportamento que elas acham que eu deveria ter, pela forma como elas acreditam que uma mulher deve ser.


Então me digam: pra quê eu quero direitos iguais aos dos homens? Eu nunca vou ser tão forte, eu nunca vou ter as mesmas habilidades, modos de raciocínio. Eu não sou igual e não quero ser igual. Eu quero ser respeitada pelo que eu sou. Não quero que alguém role os olhos e solte um suspiro se eu disser “não posso fazer isso agora, estou quase cega de cólica e preciso de uma hora até que meu remédio faça efeito”. Eu quero que a pessoa REALMENTE entenda o que eu estou sentindo e volte uma hora depois, sem me tratar como um indivíduo inferior ou mágico por causa disso.


*****


E eu ainda tenho sorte. Eu sou uma mulher heterossexual revoltada, independente e com ideias não convencionais. A vida já não é fácil, mas não consigo imaginar o que homens e mulheres homossexuais passam apenas por não serem... iguais. Todo mundo palpitando demais em situações que não lhes dizem respeito. Se cada um cuidasse só dos próprios interesses (de verdade, e não daqueles que você ACHA que são seus, como o casamento entre duas pessoas em que uma delas NÃO É VOCÊ), todo mundo teria muito mais chances de ser feliz.


Eu entendo o feminismo. Entendo a importância dele. Entendo o que leva as meninas da minha geração abraçarem tão fervorosamente. Mas eu não sou feminista. Eu sou egoísta. Eu quero o que é melhor pra mim. Não porque eu sou mulher, não porque eu acho que mereço mais que ninguém. Eu só acho que mereço respeito, independente do gênero de cada um. Independente da forma que eu me comporto, desde que não afete DE FATO a vida de ninguém. Você deveria querer também.




PS - 01 DICA: ser uma menina bradando por respeito enquanto julga o comprimento da saia da coleguinha NÃO ESTÁ PERM
ITIDO.

Vanessa Negrão aqui  Aqui!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Chega, já deu.


Já sa­be­mos quan­tos per­de­ram a vida nos aten­tados. Sabemos quem eram, que idade ti­nham, o que fa­ziam. Conhecemos os ros­tos. Já vi­mos uma mãe ho­me­na­ge­ando a fa­le­cida fi­lha aos mi­cro­fo­nes do mundo. Partilhamos a sua dor por­que so­mos pes­soas co­muns e a nossa ca­pa­ci­dade de criar em­pa­tia com os ou­tros não de­pende de na­ci­o­na­li­da­des. Mas já vi­mos o su­fi­ci­ente, obrigado.
No mesmo dia da ma­ra­tona de Boston, a ex­plo­são de um carro  ma­tou 30 pes­soas nos ar­re­do­res de Bagdad. Porque no res­caldo do con­tur­bado pro­cesso elei­to­ral na Venezuela mor­re­ram sete pes­soas e de­ze­nas fi­ca­ram fe­ri­das. Porque um ter­ra­moto ocor­rido re­cen­te­mente na fron­teira en­tre o Irã e o Paquistão ma­tou quase 80 e des­truiu cen­te­nas de ha­bi­ta­ções. Porque na Síria mor­re­ram mais de 60 mil e 600 mil per­de­ram as suas ca­sas desde que co­me­çou a Guerra Civil, a ja­neiro de 2011.

E é pre­ciso des­li­gar  por­que não há câ­ma­ras de te­le­vi­são, re­pór­te­res da CNN, ban­dei­ri­nhas en­san­guen­ta­das ou his­tó­rias de he­roísmo que me con­si­gam con­ven­cer de que a morte de uns é mais im­por­tante do que a morte de outros.

Desliga, se puderes.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Não mereço

Um remédio por 5 cinco dias ( o mais caro de todos os remédios do mundo inteiro) para dor de cabeça, e seu efeito colateral principal: - Dor de cabeça.
Delícia.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Eu sei que você pode mais


De repente deixamos os os dias passarem em branco. Imaginando, temendo ou crendo de demais. Tão perigoso, tão inconsciente.
Então, acordamos com a dor mais forte. E precisamos tanto da vida hoje.
Acordamos da ilusão e vimos quanto tempo já perdemos deixando de viver.
Lidar com a dor e fazer com que  ela nos tire do nosso conforto mental. Trazer a dor para a realidade do nosso momento.
Mais uma vez recebendo o que precisa e não o que queria.
Essa dor faz com que possamos enxergar o que realmente importa. 
E infelizmente você não segue adiante se não existe algo lhe incomodando.
A dor faz você mudar de posição, ela lhe obriga a enxergar por ângulos diferentes, pensar de maneira mais inteligente.
Não existe outro tempo em que   possamos fazer algo por nós mesmo que não seja o agora. Por mais belo que tenha sido meu passado ou mais brilhante seja a forma que  imagino meu futuro, nenhum dos dois existe.
E vamos vivendo com a certeza de que quanto mais as dificuldades aparecem, maior será a força exigida.
E por pior que isso possa parecer. No final das contas, isso lhe faz bem.
Seus olhos conseguem enxergar novamente o chão em que você está pisando, você se lembra do que te faz bem de verdade.
No momento em que sentimos uma dor tão forte que nos faça ficar de joelhos, caimos na real.
Enfrentar muitas dificuldades nos faz sentir muito solitário, mesmo diante das pessoas que mais amamos, mas, aprendi  a nunca subestimar a minha  capacidade de lidar com isso:
Você pode se ouvir, pode se observar, pode se cuidar, e principalmente, pode aprender com você mesmo.
Coragem e um pouco de egoísmo me cairão bem.

Hoje eu entendo tanto

Eu costumava reclamar dos seus banhos quentes e demorados.
E hoje, fico por lá, na água quente por minutos e mais minutos.
Hoje eu entendo a sua solidão.

terça-feira, 16 de abril de 2013

As frustrações

Sem saber que aquela seria a última vez,  não me despi de preocupações ou tarefas agendadas e nem te levei o meu melhor sorriso. Muito menos guardei no bolso e levei pra ti um dos meus abraços protetores.
Sem saber que aquela seria a última vez, preferi a balada a sua casa. Preferi dançar ao invés de me deitar na sua cama com você e reclamar da falta de controle na vida de quem eu amo nas últimas semanas. 
A sua cama e o meu silêncio que você mais do que ninguém reconhece gigante e revelador.
Você, uma das únicas pessoas que prendiam o meu olhar e a minha atenção. 

Te olhar e ver você. 
Sem nada além ou aquém.

Você e sua pequenez.
Você e olhos brilhando, dois, lindos, lindos.

Hoje tenho receio em gastar as lembranças, economizo as recordações.
Tenho receio de vê-las desbotando se deixá-las expostas a essa abissal ausência.

Se hoje fosse a última vez, tentaria te agradecer pela coragem e te pediria desculpas por não ter tentado te entender. 

Teria te deixado mais forte pra conseguir continuar.

Poderia ter te pedido mais 5 minutos e fazer você mudar de ideia.

Da mesma forma que fazia quando ficava trocando de roupa. 
Olharia então pro relógio querendo que o tempo parasse.
Só que eu te conhecia tão bem...Sabia que você não voltaria atrás.
E talvez nessa hora eu chorasse já imaginado a minha vida seguindo sem a sua.
Sem as suas ligações  me dando bom dia e me desejando coragem pra atravessar mais um dia
e então ficaria calma e te mandaria um beijo e você diria que me admirava e que lutava todos os dias pra ter a minha força, o meu desapego, a minha generosidade, a minha persistência. 

Meu sorriso era tão feliz ao lado do seu.
Eu era tão melhor perto de você.
Você que me conhecia por inteiro desde os meus poucos  anos.


Tem essas pessoas que ainda valem a pena e ocupam a prateleira de cima. 

E tem essas outras pessoas que desistimos.
Você estará para sempre na primeira prateleira. A mais alta. Te deixo lá com algumas poeiras, porém inalcançável a estranhos e protegida. Sagrada.

domingo, 14 de abril de 2013

Azeite


Como é possível que a água do banho e o gosto do azeite tenham vencido e tenham até mudado a direção da raiva que eu vinha sentindo? a sensação tem, sobre o sentimento, a força que o silêncio tem sobre a palavra. Dilui e desarma.

Noemi Jaffe

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Luis Milesi



O meu amor por você permanece. A cada sim. A cada não. Principalmente a cada não. Quando eu me lembro do formato do seu nariz, do gel dos seus cabelos. Da suas mãos. Do furinho no seu queixo. Do cheiro do seu suor. Da sua imensa gargalhada cheia de timidez. Da sua voz feita para cantar as tolices da vida. O meu amor permanece, intacto, cuidado como se fosse uma coisinha de cristal. Ele está nas fotos do menino que você foi. No carinho com que você fala dos nossos pais. Nas sua capacidade de se reinventar que eu sempre adorei, apesar de ser igual, acho que porque somos capazes de nascer uma nova criatura, e esquecermos as mágoas desde que o samba é samba. Ele, o meu amor por você, está onde sempre esteve, “como negoço branco e negoço preto”, diria você, rindo, rindo.

Meu amor por você permanece. Ele está no mesmo lugar – por favor, me ouça – no mesmo lugar em que esteve, a vida toda, a vida toda. Ele nunca saiu dali. Não houve tufão, nem revolução, nem vereda equivocada (e meu Deus, querido, foram tantas, sou o resultado de todas as minhas escolhas , das minhas muitas escolhas ruins e boas) que movesse um milímetro o meu amor por você. O mesmo prumo, o mesmo eixo. Meu amor por você grita quando tomo suco de laranja com banana inventado por mamãe. Quando, sentada na minha varanda olhando para o céu, fumo aquele cigarro da madrugada, antes de ir para a cama. Meu amor por você fala mil idiomas, mas não tem com quem praticar. Meu amor por você come danoninho com o dedo, toddy, geléia de mocotó e dói quando meu joelho dói. Meu amor por você permanece, intacto, limpo, puro, como naquela primeira manhã que me contou emocionado que iria ser pai. Meu amor por você chegou ao êxtase e ampliou-se a Sarah, a sua princesa, a sua mulher, a menina que mudou a sua vida. Ele não foi tocado, nem pela luz, ele não foi remexido e revirado com as gavetas do meu coração, ele não pegou chuva na corridinha entre o ponto do ônibus e a entrada do prédio. O meu amor por você segue, quase o mesmo, quase bem, quase sempre. Meu amor por você está estampado na camiseta de cada um que passou pela minha vida, nos pudins da Mamãe, nas varas novas que você usa para pescar com meu pai, na gravação na qual o Capital inicial diz que: Nem tudo é como vc quer, nem tudo pode ser perfeito, pode ser fácil se você ver o mundo de outro jeito... Mas ele, ah, ele não muda. Meu amor por você está congelado no tempo, como as fotos da nossa família, como meu nariz arrebitado quando vejo um gatinho na rua, como se não houvesse amanhã.

Meu amor agora por vocês sabe que não haverá fim.

quinta-feira, 11 de abril de 2013


Se eu tivesse um bar ele teria o seu nome
se eu tivesse um barco ele teria o seu nome
se eu comprasse uma égua daria a ela o seu nome
minha cadela imaginária tem o seu nome
se eu enlouquecer passarei as tardes repetindo o seu nome
se eu morrer velhinho, no suspiro final balbuciarei o seu nome
se eu for assassinado com a boca cheia de sangue gritarei o seu nome
se encontrarem meu corpo boiando no mar no meu bolso haverá um bilhete com o seu nome
se eu me suicidar ao puxar o gatilho pensarei no seu nome
a primeira garota que beijei tinha o seu nome
na sétima série eu tinha duas amigas com o seu nome
antes de você tive três namoradas com o seu nome
na rua há mulheres que parecem ter o seu nome
na locadora que frequento tem uma moça com o seu nome
às vezes as nuvens quase formam o seu nome
olhando as estrelas é sempre possível desenhar o seu nome
o último verso do famoso poema de Éluard poderia muito bem ser o seu nome
Apollinaire escreveu poemas a Lou porque na loucura da guerra não conseguia lembrar o seu nome
não entendo por que Chico Buarque não compôs uma música para o seu nome
se eu fosse um travesti usaria o seu nome
se um dia eu mudar de sexo adotarei o seu nome
minha mãe me contou que se eu tivesse nascido menina teria o seu nome
se eu tiver uma filha ela terá o seu nome
minha senha do e-mail já foi o seu nome
minha senha do banco é uma variação do seu nome
tenho pena dos seus filhos porque em geral dizem “mãe” em vez do seu nome
tenho pena dos seus pais porque em geral dizem “filha” em vez do seu nome
tenho muita pena dos seus ex-maridos porque associam o termo ex-mulher ao seu nome
tenho inveja do oficial de registro que datilografou pela primeira vez o seu nome
quando fico bêbado falo muito o seu nome
quando estou sóbrio me controlo para não falar demais o seu nome
é difícil falar de você sem mencionar o seu nome
uma vez sonhei que tudo no mundo tinha o seu nome
coelho tinha o seu nome
xícara tinha o seu nome
teleférico tinha o seu nome
no índice onomástico da minha biografia haverá milhares de ocorrências do seu nome
na foto de Korda para onde olha o Che senão para o infinito do seu nome?
algumas professoras da USP seriam menos amargas se tivessem o seu nome
detesto trabalho porque me impede de me concentrar no seu nome
cabala é uma palavra linda, mas não chega aos pés do seu nome
no cabo da minha bengala gravarei o seu nome
não posso ser niilista enquanto existir o seu nome
não posso ser anarquista se isso implicar a degradação do seu nome
não posso ser comunista se tiver que compartilhar o seu nome
não posso ser fascista se não quero impor a outros o seu nome
não posso ser capitalista se não desejo nada além do seu nome
quando saí da casa dos meus pais fui atrás do seu nome
morei três anos num bairro que tinha o seu nome
espero nunca deixar de te amar para não esquecer o seu nome
espero que você nunca me deixe para eu não ser obrigado a esquecer o seu nome
espero nunca te odiar para não ter que odiar o seu nome
espero que você nunca me odeie para eu não ficar arrasado ao ouvir o seu nome
a literatura não me interessa tanto quanto o seu nome
quando a poesia é boa é como o seu nome
quando a poesia é ruim tem algo do seu nome
estou cansado da vida, mas isso não tem nada a ver com o seu nome
estou escrevendo o quinquagésimo oitavo verso sobre o seu nome
talvez eu não seja um poeta a altura do seu nome
por via das dúvidas vou acabar o poema sem dizer explicitamente o seu nome”

— Seu nome, de Fabrício Corsaletti.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sinceramente, nem é verdade...

Quando não há compaixão
Ou mesmo um gesto de ajuda
O que pensar da vida 
E daqueles que sabemos que amamos ?

Quem pensa por si mesmo é livre
E ser livre é coisa muito séria
Não se pode fechar os olhos
Não se pode olhar pra trás
Sem se aprender alguma coisa pro futuro

Corri pro esconderijo
Olhei pela janela
O sol é um só
Mas quem sabe são duas manhãs

Não precisa vir 
Se não for pra ficar
Pelo menos uma noite
E três semanas

Nada é fácil
Nada é certo
Não façamos do amor
Algo desonesto

Quero ser prudente
E sempre ser correto
Quero ser constante
E sempre tentar ser sincero


E queremos fugir
Mas ficamos sempre sem saber

Seu olhar
Não conta mais histórias
Não brota o fruto e nem a flor

E nem o céu é belo e prateado
E o que eu era eu não sou mais
E não tenho nada pra lembrar

Triste coisa é querer bem
A quem não sabe perdoar
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais

Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente, nem é verdade

Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender



 Nem precisa de créditos