quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sabemos de tudo o que vivemos até aquele dia...


As cartas jogadas, os sonhos que vingaram, os que não aconteceram, as grandes e as pequenas alegrias, as juras quebradas e as promessas impossíveis de manter...
As traições não consumadas e consumadas...
As pequenas grosserias, as frustrações, as raivas...
O amor que murchou sem alarde, sem notícia...
A cumplicidade, dos momentos sagrados...
A paixão que acabou e que foi poderosa um dia...
O afeto, o querer bem, a admiração perdida...
As conversas adiadas, más criações, desatenções...
Imenso e trágico. . .
Não há gritos irados ,só silêncios desconcertantes...
Não há desrespeito, só invisibilidade...
Não há drama, só cansaço...
Por delicadeza não brigamos, nem nos magoamos...
Foi-se esvaindo...
Foi-se evadindo...
Não lemos os sinais nem percebemos os sintomas....ou percebemos e não agimos... Não houve premeditação nem artimanhas...
É tudo subcutâneo, subterrâneo...
Vivemos dores e crises...
Calamos tolices e fantasias...
Não é raiva!

Nada pessoal...

E a dor, passará...

Um dia...


É uma história igual a tantas outras. ..
Solidão... Desgaste... Frustração...

Cansaço. ..
É mais uma história comum, sem mistérios, sem transcendência. . .

Tanto tempo invisíveis...
Nesse momento queremos um bem tão profundo quanto o abismo que se apresenta irremediável...
Estamos absurdamente tristes e sós e não podemos ajudar o outro...
Está sendo silencioso como escrever “Fim” na última página de um livro.
É definitivo como derrubar uma árvore.
É difícil como nascer.
Separar-se é constatar distâncias...

Estou saindo... num sair longo, largo, demorado...

É mais um desprender-se, descolar-se, desvencilhar-se...
Enquanto saímos vejo o quanto já estavamos longe e não percebíamos...

Mas não é nada pessoal...

Faltou tantas coisas...tantas...a frustração é enorme...a dor assombrosa...
Mas é necessário e primordial...em nome da nossa sanidade e dignidade...

Fim...


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