Tem ternura e encantamento permeando a minha vida. Sempre terá...
Por ainda ter esses sentimentos como base nas minhas relações, me coloco a escrever, e talvez por isso o Palavras Pequenas parece o blog de
uma menina fofa e feliz. É que eu opto por esse olhar doce; não quero
perdê-lo. Nos últimos anos tenho sentido muito medo de perder a capacidade de olhar os outros dessa forma, com doçura, especialmente quando há tanta convivência... Me dei conta que só muito
afeto dá conta de aliviar as máscaras que vão caindo no dia a dia...
E
eu tenho a ternura, a doçura, os sorrisos, e a cara
feia e minha pose de durona que surtiam efeito. Nesses anos de amadurecimento, me deparei com tantas pessoas terríveis, e vou
aprendendo a lidar com esses seres humanos.
Tô mais velha, mais esperta, e mesmo assim precisei lidar com hipocrisia, maldade, mesquinhez e até uma certa dose de perversidade. E,
olha, não é legal. É indescritivelmente menos que legal. Num primeiro momento, fui em busca da minha capacidade de compreensão. Eu sou uma pessoa bem compreensiva - e ok, isso não tem sido sempre bom. Sempre entendo os vários lados, sinto compaixão, não sairei dessa encarnação por
falta de empatia. Daí não tive outra escolha a não ser tentar ser ser compreensiva: É difícil se adaptar a
mudanças, as transições são complicadas, Pensava, poxa é só mais um ser humano que ainda tem muito a aprender, calma, eu vou conseguir lidar, vai dar
tudo certo.
É, não deu. A empatia foi vencida pela complexidade da situação, e, mais uma vez, nesses anos como a Maria, a doçura escapou de mim. Houve
um dia em que parei, sentei e pensei:
"não dá!". E foi bem libertador. Ora, às vezes dava, eu sempre
entendia, no fim, as coisas se ajeitavam, eu conseguia sorrir e me entregar novamente ao final das horas.
Dessa vez, não houve afeto, não houve
doçura. Meu estoque de gentileza e educação se esgotou, como posso oferecê-los a quem não tem a mínima ideia do que seja isso? . Descobri que há pessoas que não valem a pena, nas quais a gente não deve lidar. E mais uma vez, eu não queria estar de jeito
nenhum com mais uma daquelas pessoas que estavam levando, ao último patamar, a
imaturidade de quem não entende que a vida não é como a gente quer.
Pessoas são capazes
de muitas coisas - boas e ruins. Mas elas não me influenciam.
E mais uma vez não há outro sentimento que não seja o de alívio.
Menos um.
Não quero essas faltas nos que me rodeiam.