Amor a primeira vista?
Alma gêmea?
Alma gêmea?
Encontro marcado?
Não acredito em nada desse tipo.
Mas acredito no reconhecimento silencioso e intuitivo de almas afins, de amores especiais.
Comunicação outra, re-conhecimento de intensidades e semelhanças.
O corpo reage, você sente.
A lógica não alcança e a palavra não traduz.
A lógica não alcança e a palavra não traduz.
Você não compreende, mas você sabe.
Quando o outro te abraça e os sons a sua volta diminuem, quando você é invadida por uma rara sensação de calor, paz e silêncio, então você sabe, você tem um amor.
Ela é tão eu e eu tão ela que quando ela vai embora sinto falta de mim!
Eu não acredito em amor, mas acredito em nós dois e na forma como você faz alegre meus dias. Nunca quis pensar no que seria, ou em um amanhã, e dessa impossibilidade vi nascer isso que não tem nome, mas é bacana, livre, gostoso e é nosso.
Eu, que te conheço de uma forma que não entendo, te sinto pelo avesso. Eu sei quem você é. Tudo em ti me interessa, tuas falhas, tua solidão, teus enganos e tua ira. E esse menino que mora em ti, que adora me roubar sorrisos e de quem eu gosto muito. Esse menino que guarda uma tristeza escondida, que quase ninguém vê, que tem uma mão que fere e a outra que acarinha. Eu gosto de abraçá-lo.
Eu que sempre pude ser inteira ao teu lado, gosto de fazer do teu desejo o meu prazer; do meu corpo o teu gozo; do que falo, teu falo e teu beijo.
Eu que gosto tanto da tua orelha, e da forma como de leve você muda o tom da voz para mentir, gosto mais ainda de como juntos ou separados torcemos um pelo outro, e gosto muito, mas muito das tuas pernas, você sabe e de uma coisa que só gosto em você, em mais ninguém.
Eu, que sei tudo isso, nunca me permiti nada além de uma certa nostalgia por ter chegado tarde demais na tua vida, por que acho mesmo que teríamos sido um casal e tanto, dois iguais,olho no olho, muitas loucuras, amor no carro, viagens para Paris e New Orleans, e você leria nu para mim e eu te dedicaria meus livros. Mas nada disso chega a doer de verdade, por que a vida é hoje e sabes bem que não lamento e quase nunca penso nisso. Por que de alguma forma estamos um para o outro, no agora, do nosso jeito.
Eu que adoro tua urgência quando sentes meu cheiro, não sei dar nome ao que temos. Como se chamam as relações que são leves, intensas, francas e duras, mas nem por isso menos doces?
Que nome dar a um afeto que vive por dia, que não espera ou cobra, que é espelho e estrada, que não teme partida e celebra a chegada?
Acho que seu nome seria coisa rara.
Eu que te minto muito pouco, mas não altero o tom da voz quando faço isso, também gosto de você.
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