quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Acredito quando a conversa é com os olhos



Eu não quero que se apaixonem por mim, simplesmente porque não consigo sustentar fantasia por muito tempo. Acho que deixei pendurado o sorriso bonito em algum cabideiro de quarto por ai. Não sou mais a melhor companhia que gostariam que fosse. Tenho minhas vontades e no alto do salto dos meus trinta e poucos anos, elas falam menos e agem mais. Sim, hoje, falo muito pouco. Não sou culta e muito menos descolada. Não frequento academias porque sou de água, da ginga, da rua. Isso tudo não quer dizer que sou bem resolvida e dona da minha própria vida. Por isso aviso: -Não goste de mim pela imagem que você criou, nunca consigo sustentar sonho de ninguém, e se isso acontecer, o problema é seu.



O problema é que sou simples demais e algumas manias estranhas me sustentam. Conserto chuveiros e descargas e meu sonho mudou do de Londres para África. Não me pareço com nenhuma moça da camiseta molhada e nem tenho bumbum de panicats. Tenho peitos do tamanho que gosto que eles sejam. Ainda considero como traição troca de celulares e conversas no msn. Mudei muito com o tempo, mas meus valores não. Sei muito bem quando erro e onde erro.



Não vivo mais numa eterna busca, vivo um dia de cada vez. O final do meu arco-íris é bem debaixo do meu nariz. Minha vida é desalinhada, não sou de farra, nem boa pra casar. Sou do avesso, me gosto assim. Acredito no amor, escolhi viver assim. Valorizo até a menor das intenções. A boa fé. Acredito mais no presente. Do futuro, desconfio muito. Acredito quando a conversa é com os olhos. Acredito no que a alma fala. Na verdade, exagero demais na risada que só frouxa quando o vento é forte e estoura em risada outra vez.



Vanessa Leonardi

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Das perdas, dos ganhos






Sentada na minha varanda, olhando para o quintal   eu chorei. 
Chorei por mim, analisando minha vida nos  últimos três anos  eu me assusto  porque o caminho pelo qual me tornei adulta é assombroso e foi muito difícil. 
Eu era uma menina ingênua,  governada por umas vontades cegas,  e essa pessoa, não existe mais.
Chorei porque enxergar e ter que lidar com essas mudanças da gente, na gente, dói diferente.  
Tenho sido cobrada por não estar num relacionamento, mas, veja bem, não são aquelas cobranças inquisidoras, desesperadas e manipuladores de pessoas q só julgam  não. São preocupações de pessoas que me amam e que me querem bem e que tem visto as pessoas que passaram interessadas em mim ultimamente e por isso essa reflexão;
Há algo diferente acontecendo comigo, o tão íntimo: Vamos lá?
E eu preciso de mudanças e eu não sei lidar com essa insatisfação que tem me acompanhado há um tempinho, não posso colocá-la de castigo e tentar ignorá-la...É hora de ação.
Tem que ter firmeza e acreditar e procurar pelas decisões mais acertadas.
È que antes eu me jogava tão bonito, eu mergulhava tão profundo e eu era paciente e eu era romântica e eu era. Eu era...
Eu vou ser testada de novo. E continuo sendo. É preciso ter força.
Quanto tempo vou precisar  pra descobrir o que existe dentro do meu peito?
Chorei  por duas horas, e chorei mais durante toda a noite e não conseguia mais acreditar em mim, na minha capacidade de amar e acreditar em  mim é  o que eu sei fazer de mais bonito. 
Chorei porque me descuidei e sem querer deixei  alguma parte sensível se perder de mim, chorei porque é patético me enxergar dessa forma, mais uma vez tentando apagar a minha própria estrela.
Chorei porque eu vi a minha estrela sozinha,esperando,esperando, esperando.

Eu quero doer, eu quero queimar, eu quero me arriscar, eu quero mudar tudo,eu quero me sujeitar, eu quero me entregar.


A vida é lá fora e eu tenho um montão de coisas pra conquistar.


Chorei porque daqui em diante chorarei menos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu super me aceitei





ÉPOCA – Você se sente curado?
Reynaldo Gianecchini – A operação de medula para mim foi um renascimento. Meu transplante é um pouco menos cabeludo do que os que se fazem com a medula de outra pessoa, quando pode rolar uma rejeição. Eu super me aceitei (risos). Meu transplante foi nada mais que uma quimioterapia muito pesada. Eu sabia que seria duro, mas não tinha noção. É uma quimioterapia que mata sua medula, aí você toma suas células de novo, as que foram salvas e são sadias. E essas células vão se reproduzindo para formar uma nova medula. Foi o único momento de meu tratamento em que eu pensei, caramba, será que aguento isso? É muito penoso. Seu corpo inteiro, por dentro, fica em carne viva. Não para nada dentro. Você come, vomita, tem diarreia. Comer ainda está uma briga, porque eu não tenho apetite.

Eu super me aceitei...Essa declaração do Gianecchini é um resumo tão bonito da vida, da nossa capacidade de se reiventar e se reamar e continuar e remar, apesar e (por) tudo e todos.

Eu chorei, eu chorei, e vi tds os pelos do meu corpo eriçados, minha respiração suspensa, minha mente se perder e foi um choro tão bonito, tão singelo, tão sincero e necessário e desconfio q eu tenha sentido a minha mãe rindo lá no alto pra mim...


Muitas coisas boas p vc Gianechini e pra todos nós no dia de hoje e que possamos viver o hoje.



Entrevista completa e emocionante, Aqui!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eu amo

Meu irmão, minha canga e meu time, tudo meu.


Amor é pros alucinados, despreparados, indecentes, insanos, corajosos, budistas, espíritas,
católicos, gregos, inocentes, romanos, românticos e abusados... Iguais a gente



|vanessa leonardi / Milesi

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quinta chamada




Ainda bem que sempre tem uma noite no meio dos dias. Começando assim, até parece um post de autoajuda; não é minha intenção que seja, mas, no fim das contas, quem decide é o leitor, porque esse texto deixa de ser só meu a partir do momento em que você toma conhecimento dele; pode acabar sendo seu, se ele te consolar ou te incomodar tanto que você, apesar de tentar, não o tirará da cabeça tão cedo.

Mas, como eu dizia, ainda bem que sempre tem uma noite no meio dos dias. De outra forma, a vida, especialmente a comunitária, seria inviável. Seria impossível engolir aquelas palavras que são demais e que, por um triz, não são lançadas ao alvo de outras mentes, se bem que mereciam ser. Seria difícil voltar a encarar gente que, com muito medo da própria verdade, desvia a rota, muda o assunto e não diz o que precisa ser dito, zombando da sua inteligência e confundindo sua sensibilidade com fraqueza. A fraqueza, na verdade, reside em não suportar, gritar e brigar; sensibilidade é dar às pessoas a certeza de que sua ilusão é eficaz, se é isso que querem. Porque explicar o contrário dá trabalho, é desgastante e não há nada mais insuportável do que falar e sentir que seu medíocre interlocutor só quer seguir em frente.

Ainda bem que sempre tem uma noite no meio dos dias. De outra forma, seria impossível carregar o tédio que, vez por outra, acomete a todos nós, não importa o esforço que façamos para preencher nossas horas mortas de rotina e, assim, fazê-las reviver. Porque, apesar de tanto ativismo, ninguém é capaz de dar vida à própria existência.

Não há vida verdadeira se olhos, mãos e lábios não forem modificados. Sinto muito, mas uma existência cheia de reservas e meias verdades é a casa construída na areia, abrigo por pouco tempo.

A integridade é difícil. Não entenda como integridade a obediência à moral e aos bons costumes, como definiu um amigo equivocado, certa vez, mas a qualidade de ser uma pessoa só em todos os momentos. Quem é íntegro, ou seja, inteiro, paga um preço bem alto; mas sabe que, se alguém escolhe andar ao seu lado, o faz ciente dos dois lados da moeda. E que libertador é poder ser quem se é ao lado de quem se gosta. Só caminha assim quem já sabe que a rejeição virá, de um lado ou de outro, mas sabe também que a apreciação também virá.

Ainda bem que sempre tem uma noite no meio dos dias, pra gente respirar, dar e receber segundas chances.






Laís D’Andréa,

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Venha na mão




Eu botei o meu bloco na rua, brinquei e botei p ferver e me tornei uma pessoa rosa, tive queimaduras  na perna e arrebentei a canela e meus cabelos estão  ressecados e comi nada durante tds esses dias e bebi muito e dormi nada e minha canga oficial do Flu rasgou e usei tds os meus biquinis novos e recebi queridos de outros estados e revi um gde amor  e me mantive completamente desconectada e pintei meu nariz ao invés das unhas e fui feliz e ponto e mais um ponto e acabou.



E agora eu tô aqui tristinha cheia de saudade dos meus queridos pq né?
Se eu  amo uma pessoa, ela vai morar bem longe, a proporção é direta  e recorrente em minha vida.


2012 tá aí, por favor, venha na mão.



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vou Festejar ???







Dá mole não galera?!

♪ Já pintou verão. Calor no coração .
A festa vaicomeçar ♪


Nesse carnaval eu vou encher a cara, já preparei até meu estoque de toddynho.



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

♪ Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar ♪

 Quando me vi tendo de viver
   Comigo apenas e com o mundo

   Você me veio como um sonho bom
   E me assustei
   Não sou perfeita ♪

♪  E de pensar nisso tudo
  Eu, mulher feita
  Tive medo e não consegui dormir♪








Com licença poética.
  Letra e vídeo !

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"Só de mim"



Perdeu !




Triz

"Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente.



Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.



Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente.



Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.



Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho.



Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.



Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: "Ei, não quer conhecer minha casa nova?" Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.



Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.



Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto.



O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é."



T B



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O medo começa a fazer parte








Posso me apaixonar por você? Ou será que daqui a um ano você vai ser acometido por uma vontade incontrolável de ir para a Índia sozinho?  Posso me apaixonar por você? Ou será que você vai me contar, de um jeito cortante, que não teria filhos comigo? Ou, pior, que na verdade não vai mais se separar pra ficar comigo… Quebrar a cara faz parte, mas depois de um tempo… dá uma preguiça. Dá vontade de antever os pormenores, acelerar a história um tempinho, só pra saber (assim, de leve, como quem não quer nada) se vale a pena regar aquele friozinho na barriga que começa a brotar ali. 
Depois de alguns calos adquiridos se jogando na vida (sem medo), o medo começa a fazer parte. Tão inevitável como as rugas e os fios brancos. 
Mandou flores? Disse que ama? Xiiiiii… A voz da sua avó se faz presente: “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”. E você começa a pensar que algo de podre deve, em breve, aparecer. Ou, pior, desaparecer. Como aquele ser doce que faz um sexo de arrepiar a espinha, manda flores e adora a ideia de ir junto com você para o Peru, mas, inexplicavelmente, vai dar um rolê ali em Springfield e… nunca mais volta, nunca mais responde uma mensagem ou passa para buscar o iPod que ficou no criado mudo do lado de lá da cama. Medo.
Alguém avisa para a turma da família Homer Simpson que mensagens foram feitas para serem respondidas, verdades foram feitas para serem ditas e juras (puts), juras foram feitas para serem cumpridas? 
Todo e qualquer sujeito que desrespeite essas regras deve saber que está, consciente ou inconscientemente, matando uma mulher por aí. Ou, no mínimo, prejudicando um futuro amor que poderia ser lindo, poderia ser inteiro, mas não virou porque a moça amedrontada colocou o rapaz na categoria Homer e chutou ele para Springfield sem perceber que ele não era dali.

Lia Bock, em O medo.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Juízo

Juízo é o processo que conduz ao estabelecimento das relações significativas entre conceitos, que conduzem ao pensamento lógico objetivando alcançar uma integração significativa, que possibilite uma atitude racional frente as necessidades do momento.


E julgar é, nesse caso, estabelecer uma relação entre conceitos.





Um brinde a essa menina minuciosa, obsessiva, racional, verdadeira e ajuizada aqui!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Porque somos meninas de pés no chão



Vamos nos elogiar pela promoção no trabalho, por ter conseguido completar uma maratona ou seguir na dieta.
Vamos reclamar das andanças diárias p lá e p cá, das demissões, dos juros, das trilhas sonoras a base de Restart.
Vamos contar uma as outras que estamos ansiosas, com raiva, nos sentindo um lixo, ou quanto doces comemos dos saquinhos dos nossos filhos ou sobrinhos ou irmãozinhos.
Vamos confessar que mandamos torpedos quando estamos dirigindo ou em reunião e muitas vezes é para quem não está nem ai p gente.
Que não estamos fazendo sexo com tanta frequência, ou que andamos gritando demais com quem não merece.
Vamos admitir que acreditamos em Deus, em Jesus cristo, no céu e inferno, ou que não acreditamos em nada disso...
Vamos admitir que conhecemos os melhores restaurantes nativos ou não, mas, que preferimos é aquele buteco, onde sentamos sem maquiagem, ternos ou salto agulhas... Porque somos meninas de pés no chão...
Vamos confessar também que estamos sem seguro saúde , mas, compramos a bolsa, o celular, ou sapato de 4 dígitos porque isso nos deixa eufóricas e realizadas...
As pessoas vão chegar e partir...Círculos do livro vão surgir e acabar.
Vamos riscar alguém da lista, e , depois, quando essa pessoa reaparecer, vamos lembrar porque gostávamos dela e porque deixamos que fosse, mas vamos ser mais flexíveis e querer tê-la de volta.
Vamos enterrar nossos pais,pegando o último vôo ou o último ônibus, contando umas as outras histórias nada boas de se ouvir sobre agonia, enfermeiras,hematomas, e da pele que assim que a pessoa morre, toma a consistência de um papel.
Vamos assentir, com um gesto de cabeça concordando que é uma honra poder testemunhar o momento em que alguém deixa este mundo, assim como é assistir ao momento em que alguém chega a ele.
Vamos ensinar umas as outras como instalar uma campainha, como fazer um bombocado, como baixar filmes da internet...
Vamos ligar dizendo: Já estou sabendo, e , seja qual for a notícia, passarei por aí...provavelmente com um vinho, uma sobremesa, ou um abraço.
Vamos insistir na necessidade de ouvir uma segunda opnião, de fazer repouso, e de procurar o melhor cirurgião.
Vamos enfrentar doenças, de vários tipos, e temporariamente perder o cabelo,a silhueta ou a cabeça...
Dias ruins virão.
Dias maravilhosos também.
Vamos estar todas juntas, uma dando força as outras,e, mesmo que isso não resolva o problema, vai sem dúvida ajudar o cabelo crescer e a perna ( linda) a curar mais depressa.
Vamos esperar com paciência e humor. Até que apareça o primeiro riso meio Morgado depois da perda.
Quando ele aparecer, e vai aparecer, vamos chorar , fazendo o maior escarcéu, nos abraçando, nos unindo.
Vamos transcender,minhas SENHORAS...
Por termos feitos isso tudo no pior momento possível, Vamos transcender...


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Aqui, agora, de todo o coração

Escolher é difícil. Pergunte a um psicólogo e ele vai explicar por que gente obrigada a optar entre uma coisa e outra – qualquer que sejam essas coisas – sente ansiedade. Isso acontece em lojas de sapato, em restaurantes, na porta do cinema e até no sexo. Uma amiga me contou outro dia como foi estar numa festa e ter dois homens sedutores dando em cima dela. “Tive de escolher um deles, mas com um aperto no coração”, ela me disse. No dia seguinte, o bonitão que ela escolheu caiu no vácuo e nunca mais deu notícias. Escolher, ela aprendeu, é abrir mão de alguma outra coisa - e as consequências podem ser irreversíveis.
Infelizmente para nós, nem todas as escolhas são tão simples quanto a do sexo na balada. Penso na escolha mais delicada que a gente faz na vida, aquela que envolve os parceiros de longo prazo. Em que momento concluímos que uma pessoa deixou de ser apenas item de prazer ou fonte de encantamento e se tornou a criatura com quem vamos dividir a vida? Pode ser casando, comprando apartamento e tendo filhos, ou, de forma menos ritualizada, pondo os sentimentos e necessidades dela no centro da nossa vida, mesmo vivendo em casas separadas. O compromisso é parecido, assim como os caminhos que levam a ele.
A primeira coisa que conta nas grandes escolhas – eu acho - é a permanência. Ninguém tem direito a reivindicar um posto dessa importância sem ter ralado um tanto. Não adianta a Fulana decidir, em 30 dias, que vai ser sua mulher para o resto da sua vida. Não funciona assim. O teste do tempo é fundamental. Se aquela mulher ou aquele sujeito continua lá depois de todas as discussões e inevitáveis desencontros, se ela ou ele resolveu ficar depois de todas as chances de ir embora, se os seus sentimentos em relação a ele ou ela continuam vivos, um bom motivo há de haver. 
É essencial, também, que a experiência de convívio seja boa. Amores tumultuados dão bons filmes e péssimas vidas. É essencial acordar no sábado e ter vontade de ficar mais tempo na cama, enrolado naquele ser ao seu lado. Se a conversa antes de dormir deixou de ser gostosa ou se qualquer programa parece mais interessante do que a companhia dela ou dele, para que insistir? O prazer que o outro proporciona é essencial. Prazer de transar, prazer de olhar, prazer de ouvir, prazer de simplesmente estar. Se você caminha pela rua com ela e os dois são capazes de rir um com o outro, algo vai bem. Se você passa a tarde com ele no sofá, lendo ou transando, e o dia parece perfeito, eis um bom sinal. A felicidade não tem receita, mas a gente percebe quando está funcionando.
Para que as coisas funcionem no longo prazo é essencial haver lealdade. Eu cuido, eu protejo, eu respeito – e você faz o mesmo comigo. Se você não sente que seus sentimentos e a sua vida são importantes para ele ou para ela, desista. Como o ambiente lá fora é hostil, é essencial saber que no interior da relação existe cumplicidade e abrigo, com um grau elevado de honestidade: você diz o que pensa e isso vai ajudar, ainda que doa. É impossível prometer que coisas ruins jamais irão acontecer, é falso garantir que os sentimentos permanecerão os mesmos para sempre, mas é essencial olhar nos olhos do outro e sentir a disposição de tentar, verdadeiramente, que seja assim. Aqui, agora, de todo o coração, tem de ser para sempre – ou então a gente nem começa.
Se tudo isso existir – e não é fácil – ainda fará falta um quarto elemento, essencial ao equilíbrio duradouro das relações: os planos. Se ele que ter cinco filhos e você não quer ser mãe, não vai rolar. Se ela quer levar uma vida de viagens e aventura e o seu sonho é ficar aqui mesmo, perto das famílias e dos amigos, não deu. Viver bem pressupõe afinidades essenciais de gosto, sentimento e expectativas, sem falar de ideologia. Todas essas coisas se refletem nos planos. Eu penso no amor como um voo de longa distância. O avião precisa estar carregado com o tempo da relação, com o prazer que ela proporciona e com a lealdade em que ela está baseada – mas as pessoas ainda têm de concordar sobre o destino. Se eu quero ir à Tóquio e você à Nova York, precisamos embarcar em vôos diferentes.
Ivan Martins


 Todas as quartas ele está  Aqui! 
(pressione o Ctrl ou Comand  antes do enter que você abre outra aba sem sair daqui)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Os caras, as amizades e os anjos







O ambulante corre no meio dos carros e em um segundo ele joga as garrafas d'agua no isopor e retorna as pipocas rosa para o saco, ajeita o cabelo inexistente, tira o boné, gruda na janela do ônibus, dá aquele tapa típico de homens quando se cumprimentam e abre um sorriso encantador.
O semáforo fica verde, os dois permanecem conversando, o sorriso deles e a magia do encontro é proporcional aos gritos dos passageiros estressados pq o motorista ainda não acelerou...


Eu olho para o rosto do vendedor e agradeço a Deus por ser contaminada por aquele sorriso ( um dos sorrisos mais genuínos do qual me lembro), agradeço a Deus por ser capaz de sentir uma emoção tão duradoura que  teve a capacidade de iluminar o meu finzinho de tarde até agora...


E sem o menor esforço eu continuo sorrindo e pedindo a todos os anjos que os iluminem todos os dias e que seus sorrisos permaneçam mesmo nesse calor, nesse trânsito, nos semáforos, nas reposições de gelo seco, nos fiscais covardes, nos passageiros apressados, nas impaciências de seres tão,  tão primitivos...




Se isso não é amizade o que mais pode ser?

Descartando






A pessoa liga embaraçada, encabulada, com a voz trêmula e não fala o que quer.


Porque será?


Desconfio que ela quer alguma coisa, melhor dizendo, ela quer muita coisa...


Nem todos verbalizam,e eu do meu lado, já faz um tempo que descartei os enigmas.


-Não vai me dar esporros por eu ter te ligado?
-Não, aqui dentro de mim, não existe mais esporros pra você, 
 Pra você não...


Eu e esse meu modo de amar.


Não há esporros quando não amor.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A minha jogada de mestre






Você era a minha grande poesia que eu não saberia escrever.

O meu grande emprego de presidente.

A minha jogada de mestre.

O meu canto mais afinado.


Você, uma coisa só, reuniu o meu melhor. Percebi em pouco tempo que ter você era gostar mais de mim, não apenas dos dias e das coisas. Sempre achei errado demais esse pensamento de o outro ter que nos fazer melhor, porque somos um alguém inteiro antes de tudo, mas duvido que eu fosse inteira antes de você. Tudo bem, talvez eu fosse, mas com certeza foi você quem acordou em mim essas coisas que sou hoje. Por isso, gosto de pensar que talvez o teu amor tenha tido essa missão: amanhecer meus lados bons.


Na verdade, penso assim para tentar viver sem você me abraçando ou me fazendo rir durante a tarde.


Penso assim para me conformar que a poesia inacabada é sempre trágica e mais bonita, que a música uma hora precisa ser trocada e a vida toda precisa mudar.

Mas, cá entre nós, a minha jogada de mestre sempre vai ser você.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Agora não




Eu consigo ser monogâmica;
Eu consigo ser ajuizada;
Eu consigo ser equilibrada, responsável, estável,previsível,passiva,carinhosa,desprendida ou não;  
Eu consigo ser fácil, coerente,congruente,mediana,criteriosa;
Eu consigo ter filhos,consigo ser caseira,festeira,alegre,desocupada ou ocupada;
Eu consigo ser menos antenada, menos expansiva, consigo ser fútil, organizada...
Eu sempre consegui ser ou não ser...
Eu só não queria conseguir  hoje me entender, esquecer e  te fazer não me querer.

Agora não...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Nem foi tempo perdido



Eu tenho um pedido.

Talvez esse seja o mais difícil, mas vamos lá.

Eu falo do amanhã.

Queria continuar com a cabeça fresca, me apaixonando em cada esquina, não só por pessoas com quem eu queira ter um relacionamento, mas por idéias, por viagens, por livros, por filmes, por músicas, por animais, por cores, por sabores, por idiomas, por loucuras, pela razão.

Que na minha vida continue rolando esse amor às causas, para que eu ajude os outros nessa tarefa dantesca que é fazer as pessoas se permitirem mais.

Queria também que essas pessoas pudessem olhar para o seu futuro, para esse tempo que passa independente do nosso querer e somente nos entrega no amanhã o que fazemos hoje.

Espero muito que o tal do tempo passe, pra mim, pra vc.

E que seja da melhor forma possível .

No que diz respeito a mim, eu tô tranquila. Porque já faz um tempo que ando passando os meus melhores momentos com esse tal de tempo...