quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Acredito quando a conversa é com os olhos



Eu não quero que se apaixonem por mim, simplesmente porque não consigo sustentar fantasia por muito tempo. Acho que deixei pendurado o sorriso bonito em algum cabideiro de quarto por ai. Não sou mais a melhor companhia que gostariam que fosse. Tenho minhas vontades e no alto do salto dos meus trinta e poucos anos, elas falam menos e agem mais. Sim, hoje, falo muito pouco. Não sou culta e muito menos descolada. Não frequento academias porque sou de água, da ginga, da rua. Isso tudo não quer dizer que sou bem resolvida e dona da minha própria vida. Por isso aviso: -Não goste de mim pela imagem que você criou, nunca consigo sustentar sonho de ninguém, e se isso acontecer, o problema é seu.



O problema é que sou simples demais e algumas manias estranhas me sustentam. Conserto chuveiros e descargas e meu sonho mudou do de Londres para África. Não me pareço com nenhuma moça da camiseta molhada e nem tenho bumbum de panicats. Tenho peitos do tamanho que gosto que eles sejam. Ainda considero como traição troca de celulares e conversas no msn. Mudei muito com o tempo, mas meus valores não. Sei muito bem quando erro e onde erro.



Não vivo mais numa eterna busca, vivo um dia de cada vez. O final do meu arco-íris é bem debaixo do meu nariz. Minha vida é desalinhada, não sou de farra, nem boa pra casar. Sou do avesso, me gosto assim. Acredito no amor, escolhi viver assim. Valorizo até a menor das intenções. A boa fé. Acredito mais no presente. Do futuro, desconfio muito. Acredito quando a conversa é com os olhos. Acredito no que a alma fala. Na verdade, exagero demais na risada que só frouxa quando o vento é forte e estoura em risada outra vez.



Vanessa Leonardi

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