terça-feira, 16 de novembro de 2010

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Mamãe quando não me chamava
de má, bem dizia que eu tinha vocação para mártir. Não vou entrar em detalhes da minha criação, mas a culpa não foi dela.




Lembro que uma vez uma empregada mentiu dizendo que eu tinha feito uma coisa que não fiz. Mamãe ficou chocs e me bateu. Anos depois eu contei:



- Lembra daquele dia quando a Dona Judith disse que eu molhei o banheiro todo? Era porque já estava molhado e ela pediu para eu falar "sim" com a mão direita, só que eu não sabia o que era direita ou esquerda e acabei falando com a mão errada. Ela me enganou pra dizer depois que eu tinha molhado e você me bater.



- MAS POR QUÊ VOCÊ NÃO ME CONTOU ISSO NA ÉPOCA, MINHA FILHA?



- Porque você tinha que saber sem eu contar.





Nem cito mais exemplos desse naipe, mas essa atitude é bem recorrente na minha vida. Se a pessoa me conhece, ela TEM que saber. Mamãe me conhecia e sabia que eu não molhava banheiros por aí, logo, não é uma vagabunda que pode chegar e dizer que eu fiz e ela acreditar. Mantenho a mesma postura dos 6 anos e não tenho qualquer intenção de mudar.





Essa semana eu cheguei no trabalho e avisei "olha, vou marcar um médico e preciso tirar folga". Sabe qual foi a resposta?



- Beleza. Só não marca dia tal porque dia tal preciso de você.



Sabe. E se o médico só puder dia tal?





Acho que eu sempre fui auto-suficiente em tudo.  Nunca precisei de ninguém para ir ao cinema, acostumei a ir sozinha; nunca precisei de ninguém para beber; nunca precisei de ninguém nem para conversar, porque aprendi a contar as coisas para as paredes. Já teve dias de eu sair com algum amigo e pensar "meu deus, já falei tanto sobre isso hoje (com as paredes), nem vou perder meu tempo falando de novo". E ficava sem contar os problemas, porque sabe, eu já tinha contado e não queria repetir. E por aí vai. Inclusive eu tenho DR com as pessoas, só que elas não sabem, pois nunca estão presentes. Falo, falo, levanto o dedo "mas você não podia ter feito isso" e a pessoa nem responde já que rola uma incompatibilidade de agendas e locais.



O triste é quando você vai deixando de existir, quando as pessoas passam a esquecer que você está ali. Quando você percebe que as pessoas tem medo da sua reação. Não sabem o que esperar. E sabe. É muito triste quando quem você ama não sabe lidar com você e acaba errando todos os passos.



Parando para pensar em todas as relações é tudo muito simples. Bom dia, boa noite, como você está?, quer sair?, oi, tchau. É tudo tão simples. É só isso que eu quero, é só isso que eu sempre quis de todo mundo.



Não vou entrar em detalhes com o que anda se passando, porque total não quero ser a vítima da história, se tem alguém que estragou tudo desde o início fui eu, mas....

 Mas é tudo tão fácil e ninguém vê.

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