quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Recalculando Rota



2012 foi o ano que mais me ensinou profissionalmente.
Eu perdi as certezas que eu tinha, e encontrei tantas outras.
Estou equipada para lidar com muito mais coisas do que eu estava há um tempo atrás.
Estou pronta, mais segura. Aceito direcionamentos, ainda sofro, ainda tenho muito no que me adaptar. Mas Em paz. Absurdamente em paz com o caminho percorrido até aqui.

As vezes a gente demora a entender que ao nosso redor muitas vezes há todo ar necessário, e nós só precisamos parar de prender a respiração. Não se pode viver plenamente se toda a sua coragem estiver contida em você, ao invés de refletida para o mundo.
Preciso refletir no meu mundo. Jamais apagarei a minha estrela como fiz tantas vezes. Jamais.

Sabe aquela coisa da ave? Fiquei refletindo hoje enquanto meu corpo ficava moreno com o sol de Copacabana de um Dezembro lindo no Rio de Janeiro, fiquei olhando uma ave voar e vi ao menos tres coisas necessárias para esse vôo. As asas, a pressão certa e o ângulo certo, esses tres ítens tornam um vôo belo.
As asas ? Eu tenho. As pessoas me fornecem a pressão todos os dias à partir do momento que eu abro meus olhos, então, eu preciso somente ajustar o meu ângulo.
No meio desse Let Go, respiro feliz de poder descansar por alguns dias enquanto revejo minha rota, enquanto o mundo continua girando cada vez mais assustadoramente depressa.

Vou chegar em 2013 com a pela morena, os cabelos mais curtos, ainda mais detonado, cara limpa, queimaduras do sol, noites insones, noiva, pensando no meu casamento, com o homem que eu amo, com uma sogra doce, com meu pai namorando, meu irmão casado com um anjo em pessoa, com amiga feliz, com novos desafios.
Vou chegar em 2013 muito, mas, muito mais eu.

O que eu peço 2013 é que você não me subestime, nem me superestime. E saiba que eu tenho consciência do meu real valor.

Eu peço que o universo me dê o que é devido e o que cabe em mim, para mim.

Porque eu vou ser testada. Só que agora eu tenho firmeza.

2012, pode ir tranquilo, você mandou muito bem.



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

18/12



Me sentindo devorada pelas lembranças, foi assim que acordei hoje, não respirei uma vez sem lembrar da falta que você me faz. Ainda tentando voltar os ponteiros do relógio para o exato momento em que me perdi de você, que deixei você ir embora, que não pude te agarrar tão forte a ponto de nunca tê-la deixado partir...

Estou deitada em posição fetal com a minha própria solidão, transbordando melancolia. O meu dia será assim, nada bonito para quem estiver por perto dele.


Por motivo de dói demais.


Eu amo você mãe. Tanto, tanto...


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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Então é Natal, q saco!

Preciso informar: Natal não me deixa emotiva, eu não volto a amar ou procurar quem já se foi, não consumo enlouquecidamente, não presenteo, opto por não ser presenteada (faz favor), não organizo a casa de repente, não gosto de luzinhas, enfeitinhos e papai noel. Natal pra mim tem um significado: Rabanada e Roberto Carlos.  E fim.

Não me desejem Feliz Natal não tá? Obrigada.

domingo, 16 de dezembro de 2012

As dores belas



Eu te guardo num canto escondido, mas não daqueles escondidos que corremos o risco de procurar e não achar.

Na verdade, não preciso nem procurar pra te achar.

Você está. E Ainda dói. Mas dói bonito.
Junto com a dor vem uma sensação de alívio por ter vivido até aquele dia com você.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

2012

                                               
                                               3 cenas de um ano lindo.

                                 Um ano cheio de entrega, respeito e verdades.

                                    2012, seu danado, você mandou muito bem.




domingo, 9 de dezembro de 2012

...



"Não bastar amar alguém. É preciso amar com coragem. É preciso amar de modo que ladrão, intenção, lei, lei divina ou terrena não possam atuar contra esse amor."

O legado de Eszter
Sándor Márai - p. 100-101

sábado, 8 de dezembro de 2012

Sobre o amor



Pouco tempo pode significar tudo, e muito tempo pode não significar nada.

Se uma pessoa  não sabe gerir a própria vida também não sabe gerir seus sentimentos.

A pessoa certa é aquela que conhece todo o meu pior lado e o aceita.

Não dá pra conseguir sempre o que você quer. Mas, se você tentar, pode descobrir que conseguiu o que precisa.

Dá pra arrastar um ponto final até ele virar linha reta.

Dá pra desdobrar uma palavra pra esticar o momento.


Perdi uma ponta de estrela da minha varinha-guia no meio de uma triste guerra.

Aí eu lembro, 'todo sopro que apaga uma chama reacende o que for pra ficar'.

Suspira e precisa acreditar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Até quando?

Tão logo você aceita que  não quer mais viver sem isso, você perde.
Me diga pq o universo é assim tão imperfeito?
Alguém  tem alguma resposta, se tiver, me diga pq, eu tô precisando muito de respostas.
Que diabos acontece?
Qual propósito tem isso?
Há alguma razão para isso?
Porque se você conseguir pensar em uma razão, qualquer razão de porquê o universo é tão imperfeito...
Tão sem nexo e cruel, agora seria uma excelente hora para me dizer.
Pois estou precisando de respostas.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Odeio Dezembro


São quilos e quilos de saudade parados entre o coração e a traquéia, cuspindo.





quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sim,

"Tu é apegado a essa distância. Tu tem toda uma coisa autossuficiente, superior. Um ar de leão sentado no trono. E ao mesmo tempo tu é tão doce. Tu não faz sentido."

 Barba Ensopada de Sangue, do Daniel Galera.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eu sinto isso todos os dias!

 Preciso ir para casa imediatamente e começar a escrever ou devo fugir e começar uma vida inteiramente nova. A ideia de começar um livro me aterroriza: é tanta coisa pra dizer que não sei por onde ou como começar. A ideia de fugir e começar tudo de novo é igualmente aterrorizante: significa trabalhar como escravo para manter corpo e alma juntos.

HENRY MILLER IN TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Não te curto, de verdade!


Quando perguntei por que você não estava mais entre os assinantes de xxxx, algumas possibilidades apareceram.
Maria Milesi perdeu o prazo da renovação, por algum motivo. Ou viajou na hora de renovar e esqueceu. Ou está dando um tempo. Ou...

Interferi diretamente:

Tenho uma ideia clara na cabeça. Se Maria Milesi ainda não voltou é porque está só esperando uma boa oportunidade e ainda não soubemos criá-la.

Foi quando tomamos a decisão de trazer você de volta.

Criamos a oportunidade que você espera. Começamos com o maior desconto que podemos dar? 50%.
Ou seja, você vai assinar tal revista pela metade do preço.





Spam da Abril. Trash é tão pouco.




Revista Trash, eu assinava para uma outra pessoa e não te curto. De verdade!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Dezembro

Me falta coragem  e alegria, a lua indecorosa lá no céu e eu aguardando forças para atravessar Dezembro.

Eu tô muito, muito cansada.



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

No fear

Quanto mais tenho medo de uma coisa, mais quero fazê-la.
Percebi isso quando era criança.
Posso levar uma vida protegida, me escondendo do mundo assustador.
Ou fazer as coisas que mais me assustam.
Quanto mais puder doer, quanto mais mortal puder ser, mais vale a pena fazer.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Faz favor, manda o seu ego pra casa do caráleo, manda?

Eu não me distraio, não profissionalmente, eu não perco o foco, eu procuro perceber tudo que me cerca, creio que tudo, mas tudo mesmo contêm alguma lição, e se acontece sob minha "jurisdição" é porque dali, vou aprender algo.

Relacionamentos humanos são grandes fontes de aprendizados, destaco relacionamentos profissionais como top nos meus dias atuais, são relaçoes impostas, não é e nem nunca será uma relação escolhida. Muito menos fácil.

Há muito, muito tempo que a impulsividade não me acompanha. E pode acreditar, que quando eu digo que sei o que estou fazendo, É porque eu sei. Da mesma forma que quando eu grito pedindo ajuda, é porque eu preciso mesmo de ajuda.

Creio indiscutivelmente em conversas verdadeiras, onde se ouve tudo, onde se fala tudo e onde dali
encara-se o fracasso, as frustrações... Onde dali digerimos as pontuações, nos distanciamos e criamos um caminho a seguir.

Temos que lidar com desabafos, decepções , atos levianos, mentiras, omissões, justificativas diversas, e aquele desfecho de sempre - cada lado tem sua versão, cada um defende sua verdade, cada um tem o que acusar e também o que se defender,

Não se cria relações muito menos profissionais com suposições ou achismos...

O caminho existe, pode existir várias pessoas apaixonadas por aquela empresa que construirão trajetórias satisfatórias

Pessoas têm a chance de se transformar a partir do referencial que o seu responsável direto lhe trás, a partir de um olhar, de um gesto, de uma postura, portanto, ouvir, distanciar-se, colocar a emoção no bolso é essencial para que os atritos desapareçam...Para que o dia a dia não se transforme em debates patéticos, desgastante e com resultados iguais a zero.


Não existe milagres ou pessoas milagrosas, existe ao menos eu creio uma caixinha na porta da minha sala, que todos os dias ao sair de casa, cumpro o papel minucioso de retirar o meu ego, as minhas emoçoes, retiro do meu corpo, da minha alma e as deixo ali, bem guardadas no meu santo lar.


Nada chega até a mim de forma pessoal, nunca me achei o centro do universo, assim como nunca acho que  sou o centro do meu emprego atual. E da mesma forma que recebo críticas e parabenizações eu as ofereço nas mesmas condições.


O que eu quero dizer com tudo isso é que o mundo está muito crazy, as pessoas estão muito carentes, os seres humanos precisam que todos os dias sejam especias, únicos e esperam que nesses mesmos todos os dias as outras pessoas que as cercam lhes declamem em loop o seu poder, a sua inteligência, a sua sagacidade, a sua disponibilidade, a sua entrega, quando na verdade, o tal poderoso só está fazendo o que deve e foi contratado para fazer e por aquele papel ali desempenhado, recebem xx valores... Pode haver carinho? sim, pode, carinho sim, idolatria não.

Na minha memória tão congestionada, ainda resiste os primeiros dias em Alguns trabalhos que me exigiam tanto...Lembro bem dos primeiros erros, ou quando marquei um penalty inesperado e finalizei com um gol de placa...


E por isso ainda parecer tão próximo não posso ter outro sentimento, que não empatia, pelas pessoas que estão vivendo esse começo...Ou recomeço...E odeio as tais pessoas que acham que já chegaram lá...

Os elogios e incentivos que recebi de gente que me acolheu de braços e mente abertos foram muitíssimo mais importantes para a profissional que eu sou hoje do que os chiliques de gente incompetente querendo despejar na menininha anos de frustração profissional e sexo ruim (desses eu não posso citar o nome ou posso amanhecer em pedaços num freezer).


Esses últimos, embora na época tenham quase me enlouquecido, hoje não passam de caricaturas para mesas de bar...

Os primeiros estarão sempre no meu coração e em cada coisinha que faço no meu trabalho.

E na minha experiência, que é coordenar outras pessoas, descobri que é um enorme prazer dividir.

Não exatamente o que se sabe, pois tenho mais a aprender do que a ensinar, mas o que se viu, se viveu.

O mais importante é saber que o que nos difere não é um cargo ou um dinheirinho a mais no final do mês, mas só alguns anos a mais por aí, vivendo, trabalhando, dormindo, bebendo, comendo. Errando e acertando.


Até porque, amigos, o mundo dá muitas voltas...








Abrindo o peito a força

um ode ao Miltão


Nada a temer senão o correr da luta

Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim-

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Gonzaga e Gonzaguinha


Eu fiquei mais que emocionada com a representação da relação do Gonzagão com o pai e com o modo como a música Respeita Januário foi inserida no filme.


Na boa? Os olhos embaçaram e eu chorei dum jeito que só...

Gonzaga é um mundo nos domínios da minha memória. Do meu crescimento. Da vida da minha mãe.

Eis aqui uma pessoa se entregando...





segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Lição do dia



Quase tudo pode ser curado com um banho gelado.


*

Classificados

"Procura-se homens para uma viagem perigosa. Salário reduzido. Frio penetrante. Longos meses de completa escuridão. 

Perigo constante. 
Retorno em segurança duvidoso. 
Em caso de sucesso, honra e reconhecimento."

Anúncio no Times do capitão Scott, 1911, Londres.





sábado, 24 de novembro de 2012

Não seja babaca


Cansativo esses tempos, cansativo não poder exercer a  tristeza. Essa necessidade em sermos impessoais, comportados, regrados, humorados.
Peço aos Deuses, aos anjos que  nos traga  alguma paz e muitas chances, que nos faça enxergar o quanto medíocre somos no nosso dia a dia, acreditando que somos especiais, desejando sermos únicos, descolados, alegres, dispostos ...

Eu peço todas as noites antes de dormir sabedoria para que no dia seguinte eu não seja patética, elitista, preconceituosa. 
Eu  não  quero ser tão babaca.
Eu quero essa vida real, essa vida aqui de quem paga pra ver, mesmo tendo medo e não sabendo o final da história;

A vida improvisada de quem está aprendendo a viver. E muitas vezes não é feliz.
Loucura no meu ponto de vista é não poder exercer a minha loucura.

Eu peço por mim e por todos aqueles que eu amo, porque a gente ainda vale a pena

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O joguinho que o Vitor ( não o vejo desde sábado ) ama e não desgruda no meu celular, enviou uma mensagem bem barulhenta, me interropendo num email de trabalho onde eu tava pensando seriamente mandar o cliente se fuder.
A mensagem dizia assim: Você está muito parado, hora de construir. Com uns desenhinhos bem maneiros.
Morri nessa hora de saudade, de rir e de amor...
Esqueci a raiva e finalizei o email sendo bem fofa, pensei até em enviar por correio, papel de carta perfumado...

Vitor, seu delícia.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Amadurecendo



Deixando de lado o indizível, esses conselhos cobrem de forma admiravelmente lúcida e sucinta os principais aspectos práticos que cercam a atividade, inclusive as muitas armadilhas ao longo do caminho. 
Mereciam ser gravados na pedra.



1. Ainda na infância, assegure-se de ler um monte de livros. Passe mais tempo fazendo isso do que qualquer outra coisa.

2. Quando adulto, tente ler seu próprio trabalho como um estranho o leria, ou melhor ainda, como um inimigo o leria.

3. Não romantize sua “vocação”. Ou você consegue escrever boas frases ou não consegue. Não existe nada parecido com uma “vida de escritor”. A única coisa importante é o que você deixa na página.

4. Evite seus pontos fracos. Mas faça isso sem dizer a si mesmo que aquilo que é incapaz de fazer não merece ser feito. Não mascare sua insegurança com o ressentimento.

5. Deixe um espaço de tempo decente entre escrever e editar o que escreveu.

6. Evite panelinhas, grupos, gangues. A presença de uma multidão não tornará seu texto melhor do que é.

7. Trabalhe num computador desconectado da internet.

8. Proteja o tempo e o espaço em que escreve. Mantenha todo mundo do lado de fora, mesmo as pessoas que são mais importantes para você.

9. Não confunda honrarias com realização.

10. Diga a verdade através de qualquer véu que esteja à mão – mas diga. Conforme-se com a tristeza de uma vida inteira que advém do fato de nunca estar satisfeito.

Aqui, completo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Bem,



Esse combo: Paciência + Humor dos bons + sorriso enlouquecedor + 1,80m + voz bonita, devia ser proibida, eu acho.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Cegos seguindo cegos

A humanidade segue cumprindo prazos, buscando metas, respeitando leis, obedecendo a regras sociais e religiosas, mas não sente. A obediência, confortavelmente, ocupa o lugar da incômoda consciência. E vemos um bando de cegos seguindo cegos. A regra da vez é não pensar. Para que perder tempo pensando se toda e qualquer resposta pode ser encontrada em livros de auto-ajuda, nos discursos dos palestrantes, ou nas pregações religiosas? Consciência é o que ditam, não é mais o que percebemos e elaboramos a partir do que sentimos e vivemos. Tudo pode ser justificado, tudo é aceito, tudo é compreendido. E, na contramão disso, nunca se viu tantas pessoas atormentadas pela culpa, e a partir disso, temos a prova de que, o que não vemos é infinitamente maior do que aquilo que vemos. Ninguém foge à consciência quando essa decide chegar, não tem idade e nem motivo, ela tem vida própria - desperta e exige ser notada. Seguir a maioria é uma máscara.

Aqui

sábado, 17 de novembro de 2012

Ivan

Nós éramo amigos, e ele me beijou e eu me apaixonei.
E começamos na mesma hora  a namorar.
Ele já conhecia  a maioria dos meus amigos, eram  dele também.
Ele me levou pra viajar, eu conheci os seus dois príncipes e me encantei com duas crianças tão sensíveis, inteligentes, amorosas.
Ele me levou a muitos km de distância assim que acordamos num sábado, só porque eu estava com uma saudade louca do meu irmão.
Ele saiu na chuva e foi comprar o que eu tanto queria comer e eu nem estou grávida.
Ele rodou meio mundo só pra comprar a capinha que eu queria para o meu celular.
Ele assiste Grey's Anatomy comigo e também se emociona.
Ele entende a minha acidez, ler as minhas entrelinhas e me faz parecer uma idiota reclamona, porque ele não valoriza os meus dramas.
Ele foi ao jogo do Fluminense comigo, largou o trabalho no meio do dia, comprou ingresso e foi comigo. Sendo ele Flamenguista.

Teriam tantas coisas ainda pra detalhar aqui das suas ações que me causam tantas emoções.
Mas, o que eu queria dizer mesmo com tudo isso, é que eu tenho ainda medo de ser tão feliz, não sei lidar ainda com tantos sentimentos sem racionalizar. Estou no caminho, vou continuar acredito que para sempre.
Minha busca cessou, não existe mais pés de mesa tortos, as gavetas da minha vida abrem e fecham sem emperrar.
Tenho sim o melhor homem do mundo ao meu lado e sou apaixonada por ele, não pelo o que ele faz, por essas e tantas coisinhas que ele faz, tenho esses sentimentos, porque ele é essa pessoa e  não tenho  o menor receio de que nada disso vá mudar.

Ontem enquanto íamos dormir e eu deitei nos seus braços eu disse a ele que chegamos ao meio do caminho, no caminho do meio e que isso é muito raro entre duas pessoas que se gostam. Chegamos, nos reconhecemos e nos orientamos e nos regeneramos.

Me dou conta nesse momento de que acabei de nascer e eu choro bonito.
É encantamento, é delicadeza, é verdadeiro e é meu.

Se isso não for o tal amor o que mais pode ser?

quarta-feira, 14 de novembro de 2012




"Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício. Acho medonho alguém viver sem paixões."

Graciliano Ramos


sábado, 10 de novembro de 2012

Porque você foi o melhor em mim



Eu estava pensando em quantos pedaços me desfiz nos últimos tempos chorando todas as noites lembrando de você.

Em quantos desses pedaços deixei que tocassem e em quantos trancafiei com mil chaves. Como sou frágil e tão dura, mas hoje não estou com forças para lutar contra isso, não o suficiente. Nessa solidão cabe mais alguém. Hoje está tudo sem canções, sem motivos, quase desbotado. Insisto, estou com saudade e eu não queria ter que escrever sobre isso...

Meu coração está doendo.

Queria correr muito, até os pés calejarem, até o fôlego sumir.

Acordei implorando aos anjos por sua presença, que você estivesse aqui, hoje. Eu tenho tanta coisa pra te contar. Você nem faz ideia da falta que me faz, do tanto que eu sinto sua ausência. Mano casou hoje e tudo me lembra você.

Queria tanto que você estivesse lá. Você sabia que depois daquele dezembro eu nunca mais tive férias?

Queria dizer que eu me pareço com você a cada dia que passa, só que eu cresci mais q você, mas o mau humor é igualzinho. Queria ter comprado mais vestidos pra você. Queria que você tivesse conhecido algumas pessoas, mas agora nem eu as conheço mais. Nesses dois anos nunca mais eu comi sopa de feijão. Toda e qualquer comida tornou-se sem graça, sem sabor. Queria ter tomado mais café com você. Queria ter te abraçado mais vezes. Esses dias eu pensei, que se você tivesse por aqui eu te levaria ao cinema pra ver um filme, eu te levaria mais a praia, a shows, tenho certeza que você iria querer ir ao show da lady gaga também, O meu pai também sente saudade, ele não diz, mas te vê em todas as mulheres que surgem diante dos seus olhos. Hoje eu vi um brilho triste momentâneo nos olhos do Luís, e nesse exato momento, eu me senti tão pequena, você me trouxe essa sensação de impotência, me tirou dos eixos errados e me colocou nos corretos. Senhora de cabelos encaracolados, boca de batons, pele perfumada, voz baixa, doce, terna... Te busco por ai. E eu sei que você sabe de todas essas coisas.

Mas é que me deu uma saudade tão grande, tão grande, tão grande...

Não está sendo fácil

- È só saber simplificar as coisas.
- Mas nem sempre é fácil simplificar. as pessoas estão tão condicionadas a complicar tudo sempre, que na hora de simplificar, é simplesmente impossível.
- Então, mas o complicado não é uma delícia?
- Difícil pode ser uma delícia. o complicado é sempre amargo, pelo menos pra mim.
- Por que você não pega isso e manda pro marcelo camelo? ele faz música disso.
- Só pra música isso serve mesmo. Porque pra vida...


Dor Púrpura

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Eu sou a pior.

Acordei entediada e resolvi arrumar a casa, lavando o banheiro, a descarga quebrou, limpando a varanda, me tranquei do lado de fora, pulei a janela do quarto pra voltar, não conseguia parar de rir, imaginando que alguém poderia estar filmando, eu tava de vestido curto (posso confessar que tava sem calcinha ou fica muito ruim pra minha pessoa?) , saí correndo para a cozinha porque deixei a torneira do tanque aberta, escorreguei ( havia acabado de passar paninho no chão cheio de detergente) caí ( dinovo), o riso desesperado ainda me perseguindo. Levantei toda dolorida, fui pra sala e vou continuar aqui quietinha até a minha amiga voltar.

Pra que ser equilibrada se eu posso ser estabanada?

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Deixa que eu seja eu



Talvez mais detestável do que alguém que julga o seu estado te vendo em breves minutos, ignorando o que você passa e sente nas outras dezenas de horas com as quais os seus dias são preenchidos, só mesmo quem tenta te convencer do que você precisa superar ou de como deve se sentir ou reagir diante das suas dores e perdas.

Alguém que te empresta um ombro, te dá um lenço ou um rolo de papel higiênico pra você assoar o nariz quando tudo que você quer é chorar, ou que fica do seu lado no mais profundo silêncio quando palavra nenhuma é capaz de confortar, é infinitamente mais útil do que alguém que te diz que já está na hora de você superar, que você precisa sair dessa e blá blá blá Whiskas Sachê.

Ah… a vida alheia! Como é doce e terna a vida alheia, não é mesmo? Fácil de opinar e simples de resolver, ainda que ninguém seja capaz de imaginar ou mensurar.

E se eu abro o berreiro no meio da rua ou se choro baixinho quando ninguém está vendo, não é porque a minha dor muda de tamanho, o que muda, na verdade, é o meu tamanho quando eu sinto dor. E se eu volto a ser criança toda vez que a vida me dói, isso é tão alheio aos outros quanto deve ser.

Mas se as minhas dores estiverem expostas e visivelmente maiores do que eu, a ponto de eu não conseguir ou não querer esconder, prepara uma omelete pra mim e me traz uma coca-cola gelada que eu vou te agradecer muito mais.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Eu quero terminar...

 Post não meiguinho
 Pode dar o fora enquanto você ainda tem tempo.


Chorei por inúmeros motivos diferentes hoje ao longo do dia, até explicaria e transformaria esse post em um daqueles gigantesco, só que né? Não existe racionalidade no universo inteiro que me ajudaria nessa tarefa de explicação...
São 20 dias do meu mês pensando quase como um homem, equilibrada, sensata, desapegada, racional, prática, zero de mimimi, daí chega esses dias, esses diaszinhos que antecedem aqueles em que eu morro de cólica, que pronto, acabou tudo, perdi a minha essência, quero terminar.
Hoje eu quis terminar com meu chefe, com a minha melhor amiga, com a moça que tentou me vender uma base, com a dona do restaurante, com os meninos do operacional, com o carinha que me vende cigarro, com o taxista, com o porteiro e se possível com o elevador que parou tanto até chegar ao 12º andar.
E é exatamente isso, tô querendo terminar com todo mundo. Inclusive com o meu namorado que eu acho que não me ama mais.
Tanto ódio e carência dentro do meu coração. 
Chorei tanto, chorei tão bonito, me escondi no banheiro e enquanto chorava reparei que eu fico bem interessante chorando, é, esse papel frágil até que me cai bem.
Quem foi que disse que o post não seria longo? 
Então, concluindo, é isso, eu me torno uma pessoa estranha, uma pessoa que eu não gosto, que eu não sei lidar, uma pessoa que quer mirar a cabeça de outra qualquer pessoa e jogar um copo, e vê-la saindo e batendo a porta e então essa pessoa aqui, bateria a porta novamente, seguraria a barriga ( pensando estar grávida) e - escorregaria por ela, (a porta, não a barriga); bem em câmera lenta até cair no chão. E chorava, porque sejamos justos, se tem uma coisa que essa pessoa aqui ( que eu não conheço) sabe fazer é isso. Drama.
Meu mundo nesses dez dias a seguir se resume a : Chorar e terminar.

Eu quero muito  terminar com o mundo.

Aguardar é um dos verbos da Esperança

Meu nome é paciência. Meu verbo é o esperar. Oque eu aprendi é que não há desejo sem espera e que aguardar é um dos verbos da Esperança. Não perco nada na espera. Antes, ganho. Ganho o desejo. Ganho o prelúdio. Ganho o significado do tempo. Esperar demora. E ensina. E adestra a ansiedade. Eu espero tudo que consigo imaginar. E espero também que nada se realize. É o comando da calma. A gente vai ficando calminha, calminha, até que a espera vira um capítulo. De capítulo em capítulo, forma-se uma história que só termina no ponto final.


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Aqui!

domingo, 4 de novembro de 2012

Toxinas



"Ressentimento banal, é verdade, mas a maioria deles o é. E, por sua pequenez, me senti obrigada a reprimir. Por falar nisso, essa é a natureza do ressentimento, a objeção que não podemos exprimir. É o silêncio, mais que a queixa, o que torna a emoção tão tóxica, como os venenos que o organismo não expele com a urina."

Eva em Precisamos falar sobre Kevin

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Estou tão ocupada vivendo

Sou dura com as pessoas.
Sou ainda mais comigo mesma.  Só sei ser assim.
Preciso disso para continuar crescendo...Portanto, não tenho nenhum problema  em ser dura com os outros ao meu redor.
Esse  é o meu  amor.
Porque amor pra mim tem essa dinâmica; se eu me acomodo e me sacio,  ele evapora e vai embora.
Meu amor tem muito a ver com minhas insatisfações...É uma espécie de desequilíbrio que, só  assim, me leva a plenitude.
E a felicidade não está em lugar nenhum a não ser nesse processo...Na minha alma  que consegue desfrutar os perrengues e as vitórias que eu acolho no meu caminho.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Posso apagar a minha estrela, só que não.

O óbvio é o mais difícil de ser percebido. Aliás, a este respeito, já dizia um antigo professor que se o homem vivesse no fundo do mar provavelmente a última coisa que ele descobriria seria a água.

Eu assisto sempre o comecinho de algumas coisas, novela nesse caso, dái as coisas começam a dar errado, eu paro e não quero mais saber sobre. Nunca mais.

Eu termino relacionamentos de amizade e românticos, porque as pessoas me decepcionam, dái eu não quero mais vê-las.

Eu cismo com uma comida, daí eu como sempre desesperadamente. Dái depois de um mês eu não aguento mais ver, cheirar...

Eu amo um sapato, ou vestido, ou bolsa, ou sei lá qq futilidades dessas, eu uso, uso, uso e depois eu enjôo, e não uso mais.

É eu sei, eu preciso aprender a aceitar as dificuldades e não desistir das pessoas, eu também sei que preciso aprender a brigar com o meu namorado, só brigar sem terminar. Brigar, ficar sem falar, sem ver, mas amando e acreditando que uma boa conversa desfaz todos os nós, eu sei, eu sei que preciso variar, os gostos, o apetite, eu sei disso tudo...Mas daí a fazer algo a respeito rola todo um caminho bem longo. E é por isso que eu não acredito em terapia. Não preciso de alguém pra me dizer que muitas vezes sou desequilibrada, neurótica, egoísta, Alice, mimada. Eu sou consciente cara, beeem consciente, e eu sei que só eu posso fazer algo por mim...

Papo doido ? É que a gente está pensando em morar junto antes de outros passos.
É que em algum momento eu deixei ele pular o murinho que havia até o meu coração. 
É porque ele é especial, é porque ele tem uma família linda, é porque ele é alguém que eu nunca imaginei e sempre quis que existisse, então por isso é que eu quero me tornar uma pessoa melhor.

Não precisa ser pra sempre, mas quero que seja terno hoje. 
Ele desafiou a minha estabilidade, ele me tirou do quentinho, solitário, fugaz, ele me fez amar alguém real. Me fez rir do homem perfeito que eu criava nos meus sonhos...

É porque se fofura, educação, inteligência, paciência, humor tiver limite, ele não conhece...

É porque eu não sei o que fazer com o mundo inteiro que ele colocou em mim.

É porque eu tô ferrada mesmo e vou ter que me aprimorar como ser humano. 

É só Porque eu tava fugindo de mim mesma, mas ele não me deixou ir muito longe.





sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eu tenho a força

Eu vejo hoje que quanto mais força a mulher concentra, mais delicada ela é.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ao menos eu tento


Aturo quase nada os motivos de algumas pessoas quererem falar algo diretamente e inventarem um caminho bastante indireto de dizer a mesma coisa. Cansa viu?
Talvez seja um modo de fingir que não tem nada acontecendo, que sabemos das coisas mas não nos entendemos. 
Entender os outros é um compromisso que não é todo mundo que suporta. 
Acho que é isso. 
Eu entendo o que eu ouvir ou perceber, se o interlocutor for objetivo e conciso.
Não, eu não vou dizer de outro jeito nunca, não, eu também não vou procurar uma estratégia por detrás dos seus atos.
Eu simplesmente vou te colocar na minha prateleira de pessoas que eu posso ou não manter uma relação digna.
E na boa? 
De dignidade eu entendo.
...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Abrir espaço

Existem duas maneiras de não sofrer. 
A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. 
A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."

(cidades invisíveis, ítalo calvino)

Duas frases que jamais vou esquecer, ouvidas ontem:

Você é uma menina, uma mulher, seja sempre por favor.
Não racionalize tudo, algumas emoções são boas, e são só isso, emoções. Entregue-se.

Obrigada por me reconhecer...

domingo, 14 de outubro de 2012

Leio, escrevo, apago...

Quando é indizível mas incarregável, a gente não devia ter forma de expressar? Não devia ter um jeito pra gente falar o silêncio e preencher com vazio? 
Se a matemática inventou o zero, a poesia não devia inventar uma figura que dissesse calando? Comunicando reticências alguém soube escutar a chuva
Se eu desaguar a minha angústia no teclado, alguém vai ler o que eu não soube dizer? Nos vãos entre os pontos pode morar uma compreensão? não a do saber, mas ao menos da mão estendida. Se eu ficar bem quietinha, você vai ouvir eu te amo?




Reticências

Por motivo de dói demais parte 2

Querido  pergunta se tudo está bem, eu respondo que não, começo a dissertar e né, vem a merda:

*digamos que tudo começou a desandar
*mas tudo
*tava fazendo um castelinho de areia toda feliz etc daí vem a vida e chuta a porra da areia pra tudo que é lado
*aí a areia entra no meu olho e na minha garganta daí eu me engasgo e morro
*fim
*mais ou menos isso

Metáfora pobre, mas so so true.

Aguenta...



As pessoas suportam tudo, as pessoas às vezes procuram exatamente o que será capaz de doer ainda mais fundo, o verso justo, a música perfeita, o filme exato, punhaladas revirando um talho quase fechado, cada palavra, cada acorde, cada cena, até a dor esgotar-se autofágica, consumida em si mesma, transformada em outra coisa que não saberia dizer qual era”.

 Sim...É da série Fodástico...




Simplesmente por motivo de dói demais, e vai demorar a passar, desculpas aê...


sábado, 13 de outubro de 2012

Isso também vai passar...

"Ontem, chorei.
Cheguei em casa, meti-me no quarto, sentei-me na beirinha da minha cama,
tirei os sapatos, desapertei o sutiã  e chorei um bom bocado.
Acreditem que chorei até o meu nariz pingar para cima da minha blusa de seda
que comprei apressada.
Chorei até ficar com as orelhas quentes.
Chorei até ficar com uma dor de cabeça tão grande,
que mal conseguia ver a pilha de lenços de papel sujos acumulada no chão, aos meus pés.
Quero que saibam que ontem chorei um bom bocado
Ontem chorei
por todos os dias em que estive tão ocupada, ou tão cansada, ou tão irritada, que nem consegui chorar.
Chorei por todos os dias, e todas as maneiras e todos os momentos em que eu desonrara, desrespeitara e desligara o meu eu de mim própria, e acabara por vê-lo refletido na maneira como os outros me faziam as mesmas coisas que eu já fizera a mim própria.
Chorei por todas as coisas que eu dera para depois me roubares;
por todas as coisas que pedira e que ainda não se tinham concretizado;
por todas as coisas que conquistara para depois as dar a pessoas em circunstâncias
que me deixavam com uma sensação de vazio, magoada e simplesmente usada.
Chorei, porque realmente chega uma altura da vida em que a única coisa que nos resta fazer é chorar.
Ontem chorei.,
Chorei, porque sofria,
Chorei porque me fizeram sofrer.
Chorei, porque o sofrimento não tem para onde ir,
a não ser para dentro da dor que o causou à partida, e quando lá chega, o sofrimento desperta-nos.
Chorei, porque era demasiado tarde. Chorei, porque era chegada a hora,
Chorei, porque a minha alma sabia que eu não sabia que a minha alma sabia de tudo o que eu precisava de saber,.
Chorei com toda a alma, ontem, e soube-me tão bem.
Pareceu-me tão, mas tão mal.
Por entre o meu choro, senti a minha liberdade chegar.,
Porque
Ontem, chorei com um objetivo"



Essas batidas

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

É isso


Quando a Sra Formiguinha sobe pela parede e algo e  a manda pro chão faz sentido que ela continue a subir depois. 
Mas quando ela está descendo e tal coisa a derruba, porque diabos ela iria continuar descendo?

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Dos fins...


Se a  pessoa está no encalço de algo, naturalmente ela será otimista e destemida, nada tem a perder.
Se a pessoa está na liderança, ela é conservadora e quase paranóica.
Se a pessoa achava que estava na liderança, e tendo esse pensamento, ainda agir com um comodismo preciso. É fatal.
Aceito desafios...
Com consciência, foco, contradições, diversão eu admito: Não desisto fácil.
Da série: Estou consciente, mas se tem uma coisa que aprendi  é ter certeza do que é melhor pra mim.

Não é nada pessoal. Nunca foi.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Driving in your car I never never want to go home Because I haven't got one Anymore

Me leve para fugir essa noite. Cale minhas reclamações e as transforme em sorriso. 
Me leve para algum lugar onde as luzes brilhem tanto que doa aos olhos de quem não quiser enxergar o colorido da avenida. 
Me ponha em movimento dentro de um carro, dentro de um abraço, dentro de uma roda de música e pessoas cantando alto, soltando a alma em um ritmo que não me faça querer parar. 
Me cerque do rock britânico dos anos 80 e do balaio dos violões com suas cordas quase rompendo de tanta euforia. Você sabe, eu nunca quis sair do meu mundo, mas, de qualquer forma, me apresente o seu. 
Me dê a chance de escolher algo diferente que me faça querer sair de casa e correr pelas ruas da cidade. 
Me leve para fugir essa noite porque eu quero ver o que de tão fabuloso e ao mesmo tempo cruel existe por trás das janelas do seu carro. 
Me leve para ver pessoas de verdade. 
Me apresente lágrimas e risadas. 
Faça com que eu sinta coisas boas. 
Faça com que eu sinta alguma coisa. 
Me leve para beber até perder o bom senso e me deixe sentada ao meu fio, cantando enlouquecidamente alguma cantiga que acabei de aprender. Não, não me deixe em casa. 
Não me ponha na cama, estenda o cobertor e me faça dormir. Eu não quero dormir essa noite; eu quero enlouquecer sem motivo algum e acordar amanhã com uma dor de cabeça que tenha valido a pena. Pensando bem, não me deixe voltar. Não quero ser mais benvinda no meu mundo, eu quero ser parte do seu. 
Quero pegar a sua mão e correr pelo meio das ruas, desviando de motos e ônibus, colidindo apenas com você. 
Esperar amanhecer ao seu lado é uma forma linda de uma noite chegar ao seu fim. E se a noite não acabar, e se o delírio permanecer, e se a realidade jamais retornar, bem, o prazer e o privilégio de viver essa loucura opcional ao seu lado terá sido todo meu. 
Mas me leve para fugir essa noite. 
Me leve para qualquer lugar, não precisa me dizer para onde, não precisa me dizer com quem, não precisa haver hora para voltar. 
Me transporte por meio de suas passagens secretas até chegar a um lugar que me faça pensar: esperei tanto para estar aqui. E se um medo inaceitável for aparente em meu rosto, novamente: cale minhas reclamações e as transforme em sorriso. 
Não deixe que nada nos detenha. 
Me leve para fugir essa noite e juro como nada mais me importa. 
Me leve para fugir essa noite e não me traga de volta. 
Me leve para fugir essa noite e se perca comigo em algum lugar. 
Me leve para fugir essa noite com você.

Aqui e Aqui

domingo, 7 de outubro de 2012






Criança que brinca e o poeta que faz uns poemas. 

Estão ambos na mesma idade mágica! 

Quintana

--



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

“Salta uma média no copo e um pão na chapa”.


1. Amo as cidades que sabem se reinventar, como o Rio de Janeiro, que deixou de ser a sede tropical da corte portuguesa, capital do império e da república e, graças a Deus, capital cultural do Brasil, título careta e equivocado num país cuja diversidade cultural não respeita território e dispensa uma capital. O Rio soube transformar uma decadente Lapa em polo de atração capaz de arrancar os jovens da Barra da Tijuca de seus condomínios para se divertir com outros jovens, do resto da cidade, nas rodas de samba e chorinho. Soube resgatar o carnaval de rua, fazendo do Centro e de cada bairro passarelas tão ou mais atraentes que o Sambódromo globalizado. 

 2. Amo as cidades que têm esquinas e, principalmente, quando ocupadas por padarias e botequins, para a gente ouvir pela manhã o balconista gritar: “Salta uma média no copo e um pão na chapa”. À noite, na volta para casa, uma rápida parada no boteco predileto, jogando conversa fora com um cara que você nunca viu antes, ouvimos deliciados e com sotaque lusitano: “Salta uma gelada que o freguês tem pressa”.

3. Amo as cidades amigáveis, que tratam bem habitantes e visitantes e onde, num único quarteirão, a gente possa encontrar quase tudo. Amigável com crianças, velhos e namorados, que dispõem de uma pracinha perto de casa. Com os visitantes, pela gentileza da população e por uma sinalização urbana feita para evitar que qualquer um se perca. A cidade amigável nos salva do ataque de flanelinhas, motoristas de vans e taxistas inescrupulosos, garçons e vendedores mal-humorados, que adoram errar no troco, falsos guias turísticos e toda a sorte de gente capaz de fazer um turista jurar que nunca mais bota os pés ali.
4. Amo as cidades com entretenimento para todas as idades, independentemente de quanto temos no bolso. Se der sorte de a cidade ter praia, metade do problema está resolvido. Parques, museus, centros culturais, bibliotecas e shows devem oferecer entrada franca. Amo as cidades com locais para confraternizar a céu aberto.
5. Amo as cidades que preservam da ganância dos especuladores as suas montanhas, matas, praias, lagoas, florestas, seus parques e manguezais. Onde o ar se respira, e a poluição não nos sufoca nem nos adoece.
6. Amo as cidades que respeitam sua história e sua arquitetura e, por isso, se tornam donas de uma força misteriosa que faz com que moradores, até os mais cosmopolitas, relutem em se afastar, apegados aos bairros onde vivem, às paisagens conhecidas, aos prédios e monumentos e também às praças, ruas, travessas e becos, repletos de significados.
7. E amo, sobretudo, as cidades inclusivas, onde todos possam exercer sua cidadania. Uma cidade onde crianças não oferecem balas e fazem malabarismos a cada sinal de trânsito, porque estão brincando em casa ou estudando nas escolas. Uma cidade sem moradores de rua e, se os tiver, que garanta a eles compreensão, abrigo e oportunidade. Onde nenhum trabalhador perca horas preciosas para chegar ao emprego. Onde os donos das ruas não sejam os carros particulares, mas o transporte público de qualidade. Onde a divisão entre morro e asfalto só exista na lembrança dos mais velhos ou nos livros de história, para não esquecer como é triste e perigoso viver numa cidade dividida. Onde os governantes saibam ouvir e governem para todos, discretamente. E que tenham horror às obras suntuosas.   
O arquiteto e urbanista premiado Luiz Carlos Toledo listou “7 motivos para amar uma cidade”:

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Hábitos

Li um artigo na revista Galileu sobre hábitos. Sou facílima pra criar hábitos, por isso deveria começar a fazer só coisas legais pra minha vida. Tipo trocar café por chá, coca-cola por água, e internet por ginástica.

45% das coisas que a gente faz são mecânicas, e os hábitos permitem preservar energia para coisas complicadas. 
Ele não pode ficar queimando neurônio à toa, então a gente faz um monte de coisas sem precisar incomodá-lo, tipo escovar os dentes. Mudar um hábito é difícil, porque eles não foram feitos para serem mudados. Os hábitos formam rotas neuronais bem sedimentadas, justamente para não serem alteradas.

Teoricamente, o sistema do hábito está imune à razão e a emoção, ocorre de forma independente e é resistente à mudança.

Hábitos só se formam com repetição, estão gravados nos nossos neurônios e não adianta querer eliminá-los pois eles voltam. A não ser que você grave novos hábitos por cima dos já existentes. Dá certo porque para o cérebro tanto faz ginástica ou biscoito de chocolate, ele quer dopamina.


Por: Marina


Leve, ela.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Ser profundamente amado por alguém nos dá força; Amar alguém profundamente nos dá coragem." Lao-Tseu

Estou tentando não me perder no mundo inteiro que ele colocou em mim, olho para ele e só desejo  o bem, toda a sorte do mundo inteiro. Quero enchê-lo de alegria.

Hoje enquanto ele dirigia o  meu coração transbordou de ternura, a maior de todas, a mais calma, pontual e absoluta ternura.

Sigo ainda na tentativa de falar ao invés de só ficar olhando...Estou tentando lidar com essas dificuldades que ele já conhece tão bem. 

A pessoa mais incrível,  agradável, educada, engraçada, inteligente que já conheci e fico aqui, com os dedos cruzados, desejando que um dia ele possa  enxergar toda essa imensidão em si mesmo.

Eu amo você Ivan

-- 



domingo, 30 de setembro de 2012

Meu Flooo

Eu amo você, valeu a pena esperar.
Nem imaginava que poderia te conquistar e que você se tornaria  a mulher da minha vida.
Amo você Maria...

... um risinho meu todo  mágico e a frase abaixo pronunciada pausadamente...

- M-e-u t-i-m-e g-a-n-h-o-u o s-e-u ...

Da série porque não tinha namorado...


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Para você

Eu te desejo um amor que ainda não foi descoberto, composto pelo que não dói, não adoeça, não cobre, não aprisione ou amedronte.
Capaz de derreter a tristeza quando chega perto, trazendo um vento com a voz do seu cantor preferido assim do nada...
Que seus pais nunca morram e cachorros também...
Desejo que você acredite em algo de verdade, sem problemas e trilhe um caminho cheios de doce de leite...Ou repleto dos seus sanduíches preferidos.
E mesmo que tudo dê errado, mesmo assim, não valorize o drama.
Dissolva-o enquanto você se deita no murinho da sacada de uma casa qualquer, olha pro céu e admire umas estrelas e veja que elas se transformam em sorrisos, bem em cima de você.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Existem pessoas que, ainda bem, são para sempre. Mas existem outras que, ainda bem, se vão

Despeço-me com o semblante tranquilo. Se voltar, tudo bem. Se não voltar, tudo bem. Aceito a transitoriedade de forma natural. Fui inteira, não tenho pendências. Se voltar a gente não continua de onde parou, a gente começa de novo. Em minha vida aceitar os fins foi um alívio. Sem culpa a gente caminha mais leve. Com a consciência em paz a vida flui com mais sabor. A saudade fica, traz riso fora de contexto e torna o passado mais bonito. Mas às vezes as pessoas devem ficar no passado mesmo, porque o presente mudaria tudo. Tem aquele amigo que é especial porque ficou no lugar quedeveria ficar. A vida passa, as pessoas também. É simples – pode doer um pouco - mas eu aceito. Às vezes a saudade dói mais, às vezes menos. Mas ela se ajeita. Existem pessoas que, ainda bem, são para sempre. Mas existem outras que, ainda bem, se vão. Não precisa ser uma tragédia. A vida segue. E é por isso que temos de ser tão atentos ao hoje. O equilíbrio entre a melancolia do passado e a ansiedade do futuro é um presente bem vivido. Se não é do jeito que a gente queria, mesmo assim a gente pode ter momentos de alegria. E são esses que precisamos viver com o sentimento de despedida, com a convicção de que - por menores que sejam - não voltarão. E se a gente sabe que não tem outra chance a gente costuma aproveitar melhor a que tem. O que vivemos está relacionado com o nosso olhar. E se nosso olhar muda, tudo muda: o lugar, as condições, os motivos, as pessoas. Aceitar o passado enquanto passado é um conforto. Ele não me persegue, não me atormenta, não me pede nada. Assim caminho sem sombras. São somente lembranças. E lembranças são pensamentos distantes - a gente se diverte ou se lamenta - nada mais que isso. Sou conformada ou astuta, não sei. Mas isso me faz leve. E leveza é, de longe, o maior desejo dos últimos tempos.

E agora Maria?

Não deveria se chamar amor




O amor que eu te tenho é um afeto tão novo 
Que não deveria se chamar amor 
De tão irreconhecível, tão desconhecido 
Que não deveria se chamar amor

Poderia se chamar nuvem 
Pois muda de formato a cada instante 
Poderia se chamar tempo 
Porque parece um filme que nunca assisti antes

Poderia se chamar labirinto 
Pois sinto que não conseguirei escapulir 
Poderia se chamar aurora 
Pois vejo um novo dia que está por vir

Poderia se chamar abismo 
Pois é certo que ele não tem fim 
Poderia se chamar horizonte 
Que parece linha reta, mas sei que não é assim

Poderia se chamar primeiro beijo 
Porque não lembro mais do meu passado 
Poderia se chamar último adeus 
Que meu antigo futuro foi abandonado

Poderia se chamar universo 
Porque nunca o entenderei por inteiro 
Poderia se chamar palavra louca 
Que na verdade quer dizer aventureiro

Poderia se chamar silêncio 
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo 
E poderia simplesmente não se chamar 
Para não significar nada e dar sentido a tudo

Na Moska!!!

É a pessoa mais agradável que eu já conheci em toda a minha vida, e é meu.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Espera amor nossa temporada das flores.

Ler ouvindo isso aqui


"Minha mãe costumava ficar feliz com a chegada da Primavera, dizia que ela chegava trocando a roupa da paisagem. E eu lá toda descrente, via o dia amanhecendo novamente e pensava como ela era estranha...
Quando voltava das aulas, eu via as flores, as cores, os cheiros.
E só hoje fiquei sabendo que era a tal primavera invadindo a nossa casa, o seu jardim, a nossa rua.


Eu já praticava a arte da abstração desde muleque, fugia das tantas coisas sabidas da minha mãe. Só que né? Tem uma hora que fugir não é possível, não rola, não acontece e também acontece da vida te surpreender, insistir e te pegar lá na curva.
E o pacote da surpresa veio completo, um kit bem interessante e irresistível.
Resistência contornada, vencida por uma voz de timbre limpo, olhos atenciosos e mãos que dizem coisas.
Alguém que tranqüiliza quando apenas sorri. Uma pessoa que traz em si o amparo de tudo. Tem o dom da conveniência e da clareza e pronuncia reciprocidade.


Como não rever a rota de fuga?

Hoje eu enxergo a primavera com todas as suas nuances transformadoras. Hoje eu também enxergo que o amor não é mais um estardalhaço.
O amor é repleto de suavidade, o amor dele me penetra sem me invadir. Ele me liberta com o seu abraço. O amor dele me trás o sonho bom da entrega ao desconhecido. Não enxergo nem de longe a menor iminência de conflitos assustadores, salvo tpm, claro.
Consigo sentir mais confiança na vida.
Enxergo a primavera e enxergo o amor.
Quando estamos prontos, nós enxergamos o necessário.
E a primavera e o amor está aqui hoje para nós dois, porque nós dois estamos prontos.

O Tempo sempre está certo.

Minha mãe também.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Que o bom caminho se abra procê pelo mundo."



Hoje é dia de Maria...


Ela é cheia de esperança e essa esperança, tem vida própria.

É alucinada pelas palavras. Vive de dramas todos os dias. É clichê e piegas declarada.
Escrachada.

Prática, contestadora. 
Pensa rápido, expressa lentamente. 
Vive pela simplicidade. 
Vive todas as horas com o frescor da primeira vez e a intensidade do último. 
Não vive sem músicas. 
Faz nada e depois ainda quer descansar. 
Ler, ler muito. 
Viaja literalmente. 
Acha infinita a beleza de tomar banho de chuva. 
Lacônica. 
Lasciva. 
Não gosta de superficialidades. 
Fala baixo, mas grita bonito. 
Se reinventa. 
E se fosse uma palavra, seria um verbo. Maria, no futuro do pretérito.

E vai cheia de fé e abastecida de muitas bonitezas.



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dos respeitos

Por que cargas d'águas
Você acha que tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade.

Raulzito


domingo, 16 de setembro de 2012

Até quando?

Mãe,

Hoje eu escrevi e  queria que ninguém lesse;
Hoje chorei   lágrimas que não queria deixar  cair;
Hoje eu gritei  até ficar sem ar;
Hoje ouvi músicas horríveis;
hoje eu busco a palavra mais certa e espero que você entenda o que eu não posso dizer.
Hoje eu cheguei em casa e sentei no chão da cozinha e quis abraçar uma pessoa pequena.
Hoje eu quis deitar na tua cama e acordar com a sua tv ligada.
Hoje eu quis abrir os olhos lá na sua cama e ver você me olhando, um olhar repleto  de ternura.
Hoje eu quis muitas vodkas.
Hoje eu quis a sua risada, só a sua.
Hoje você estava em todos os meus pensamentos.
Hoje eu quis não me arrumar. Só com você eu podia...
Hoje eu quis que você penteasse o meu cabelo.
Hoje eu fiz tanto, tanto, tanto e quis tanto, tanto, tanto e, mesmo assim, a vida continua gritando que não.

Desculpas, você.



"Por algum motivo, começo a rabiscar aquela palavra no alto da página. 
Desculpe. 
Desculpe
É uma palavra que assombra e machuca. 
Parece pedir perdão por estar na página. 
É uma palavra tão clara quanto esquiva.
Escrevo em volta dela. Tecendo e riscando. 
Dou-lhe história e diálogo. 
Dou-lhe nomes e lugares. Dou-lhe fôlego e voz. 
Minha redação é veloz e bagunçada. 
Mordo o interior da boca e mal noto quando sinto o gosto de sangue.
E se torna claro para mim que aquela é uma palavra boa, usada por pessoas boas. 
Ninguém é verdadeiramente virtuoso, ninguém evita a maldição rastejante. 
Todos os personagens, em todas as histórias, pelejam entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. Mas são as pessoas boas que sabem diferenciar, que sabem quando ultrapassam a linha. 
E é um gesto difícil e humilde aceitar a culpa e admitir a falta. 
É preciso ser corajoso para dizer essa palavra e falar sério.
Desculpe.
Desculpe.
"Desculpe" significa que você sente o latejar da dor do outro, como também sua própria dor, e que você assume parte dela. Portanto, isso nos une, nos assemelha. "Desculpe" é uma porção de coisas. É um buraco preenchido. Uma dívida paga. 
"Desculpe" é  o acordar do delito. 
É a onda mutilada das consequências. 
"Desculpe" é tristeza, assim como saber é tristeza. "Desculpe", às vezes, é autopiedade. 
Mas "Desculpe", realmente, não é sobre você. 
Cabe a eles pegar ou largar.
"Desculpe" significa se abrir, para ser abraçado, ridicularizado ou vingado. 
"Desculpe é uma pergunta que implora o perdão, porque o metrônomo de um coração bom não se acomodará até as coisas se tornarem certas e verdadeiras. 
"Desculpe" não aceita coisas velhas, mas as empurra adiante. 
Faz uma ponte sobre a lacuna. 
"Desculpe" é sacramento. 
É uma oferenda. 
Uma dádiva.
Sim. "Desculpe" é quando pessoas boas se sentem mal."


O Segredo de Jasper Jones
Craig Silvey - p. 191-192


 O livro é lindo e eu quero ser amiga do Charles Bucktin.

Obrigada àqueles que não desistem de mim. 


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Difícil é amar quem não está se amando.



É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado.
É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba. 
Quando não acredita em mais nada. 
E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado.
Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja.
Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro.
Difícil é amar quem não está se amando.
Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente.'

 
Ana Jácomo

domingo, 9 de setembro de 2012

O cara



:)





" "















"Cartola não existiu. Foi um sonho que a gente teve."

Cazuza


Nós

Porque não pensamos nisso antes

A frase usual quando nos deparamos com alguma coisa mágica, fácil e surpreendente.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

E não é o fim nem o início de nada.


Finalizando as avaliações , me dou conta de que meu chão é firme. Eu duvido disso às vezes, mas ele é. E inesperadamente essa certeza gostosa me vem bater a porta e pedir docemente que eu não deixe nada nessa vida me fazer questionar.

E não é o fim nem o início de nada. É simplesmente o caminho. Um caminho. O meu caminho.

E eu quero me ampliar por dentro e eu quero me ampliar para abrir todo o espaço para o que chegou.
 
Ainda me surpreendendo.



domingo, 2 de setembro de 2012

Namore uma garota que lê ( de novo)

Namore uma garota que lê
Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gostaria ou gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas  garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até  porque, durante algum tempo, são mesmo.
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.
Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que  pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe  monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.

De Rosemary Urquico. Tradução e Adaptação de Gabriela Ventura)