domingo, 17 de abril de 2011

Copia e cola...

Ela já sabia que não existia mais amor. E assim, foi logo tratando de reinventá-lo.
Ele não sabia dizer eu te amo. Nem nunca foi à floricultura. Nem ligava no meio do dia pra saber se estava tudo bem.
Ela comprou vários vestidos pensando nele, para se vestir à rigor no reino das princesas perdidas no beleléu, onde dizem que o amor mora. Pintava as unhas de vermelho - da cor do amor que não quer des-morrer.
Ele não tinha interesse em aprender a fazer massagens. Se comprou lingerie alguma vez, foi sua própria cueca.
Ela comprou esmalte laranja e dedilhou os dedos em suas costas antes de dormir, e percebeu que o amor podia reinventar-se em cores laranja e vermelho nas pontas dos dedos pelo corpo do moço sem rumo.
Ele sempre lembrava de pedir pizza pelo telefone, mas esquecia de convidar para jantar fora. Mas ela sabia que o amor não existia.
Ele nunca quis decorar um trecho de Shakespeare e ler em voz alta pra ela, e comprou uma TV plasma monstruosa pra tratar logo de esquecer o cinema, porque jamais quis andar de mãos dadas.
Mas ela já entendia que ele não sabia dizer eu te amo, dispensou a manicure e pediu à ele pra construir um balanço para levá-la às nuvens. Porque ela não se encaixava no lugar comum, mas sabia ninguém tinha sido embrulhado divinamente em ouro. E sabia também que o amor não existia, e não achava mais graça em reinventá-lo.

FIM



Cris...você escreveu tudo o que eu queria dizer...É uma delícia te ler...


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